Governador informou, porém, que dívida do Estado com União não foi quitada
Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / Divulgação |
Em pronunciamento nesta terça-feira, dia 11, o governador do Rio
Grande do Sul, José Ivo Sartori, anunciou que o Palácio Piratini efetuou
o pagamento dos salários dos servidores estaduais referentes ao mês de
julho. O governador informou, no entanto, que a parcela da dívida do
Estado com a União não foi quitada e que outros compromissos também não
serão cumpridos em função da quitação da folha.
“Me cabe aqui dizer que procuramos fazer mais este esforço para
viabilizar o pagamento dentro daquilo que não estava previsto”, disse o
governador. “Ninguém toma uma atitude, quando parcela ou atrasa
salários, por vontade própria”, argumentou.
Sartori disse que nesta quarta-feira vai a Brasília “continuar a
jornada na defesa dos interesses do Estado” para reuniões no Supremo
Tribunal Federal (STF), na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Após o pronunciamento de Sartori, o secretário da Fazenda, Giovani
Feltes, explicou a decisão de pagar os servidores e não quitar a dívida
com a União. Entre as medidas que possibilitaram o pagamento integral
dos salários, está a arrecadação do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS).
Durante a entrevista coletiva, Feltes destacou o sacrifício do
governo do Estado para fazer os pagamentos. De acordo com ele, não há
carta na manga para fazer frente às dificuldades financeiras do Rio
Grande do Sul. “Não contamos com a possibilidade fazer exercícios de
risco no jogo. Queremos matar um leão a cada dia e sofrer uma dor a cada
dia. É uma escolha de Sofia, pagar isso ou pagar aquilo. É doloroso ter
que decidir por um lado ou por outro. Isso tudo tem repercussão e
riscos”, explicou.
Feltes admitiu que além das dificuldades emergenciais, o Estado
sofreu alguns cortes por conta do quadro de recessão que o Brasil
atravessa. “Nós temos, além dos nossos problemas, e parece que todos se
juntaram no mesmo momento, o contigenciamento nas áreas mais importantes
do Estado. Houve um corte de mais R$ 1,1 bilhão anunciado há uma
semana. Isso sinaliza o tamanho do nosso desafio. Somente com os
recursos do ICMS teremos condições de atender a área da saúde, por
exemplo”, argumentou.
O secretário da Fazenda negou que o governo do Estado tenha errado
quando decidiu que iria parcelar os salários dos servidores públicos.
“Admitir que o governo errou, seria admitir que tínhamos dinheiro e não
pagamos. Não existia dinheiro para pagar e ninguém gosta de passar por
isso. Nenhum governante gosta de colocar adversidades aos seus colegas
servidores públicos. Houve uma decisão, que foi impactada pela falta de
dinheiro e agora, havendo a possibilidade (de pagamento) o fizemos
agora, com muita tranquilidade”, frisou.
Correio do Povo
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