11 de ago. de 2015

Sartori anuncia pagamento de salário de julho dos servidores

Governador informou, porém, que dívida do Estado com União não foi quitada
Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / Divulgação
Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / Divulgação

Em pronunciamento nesta terça-feira, dia 11, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, anunciou que o Palácio Piratini efetuou o pagamento dos salários dos servidores estaduais referentes ao mês de julho. O governador informou, no entanto, que a parcela da dívida do Estado com a União não foi quitada e que outros compromissos também não serão cumpridos em função da quitação da folha.

“Me cabe aqui dizer que procuramos fazer mais este esforço para viabilizar o pagamento dentro daquilo que não estava previsto”, disse o governador. “Ninguém toma uma atitude, quando parcela ou atrasa salários, por vontade própria”, argumentou.

Sartori disse que nesta quarta-feira vai a Brasília “continuar a jornada na defesa dos interesses do Estado” para reuniões no Supremo Tribunal Federal (STF), na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Após o pronunciamento de Sartori, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, explicou a decisão de pagar os servidores e não quitar a dívida com a União. Entre as medidas que possibilitaram o pagamento integral dos salários, está a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Durante a entrevista coletiva, Feltes destacou o sacrifício do governo do Estado para fazer os pagamentos. De acordo com ele, não há carta na manga para fazer frente às dificuldades financeiras do Rio Grande do Sul. “Não contamos com a possibilidade fazer exercícios de risco no jogo. Queremos matar um leão a cada dia e sofrer uma dor a cada dia. É uma escolha de Sofia, pagar isso ou pagar aquilo. É doloroso ter que decidir por um lado ou por outro. Isso tudo tem repercussão e riscos”, explicou.

Feltes admitiu que além das dificuldades emergenciais, o Estado sofreu alguns cortes por conta do quadro de recessão que o Brasil atravessa. “Nós temos, além dos nossos problemas, e parece que todos se juntaram no mesmo momento, o contigenciamento nas áreas mais importantes do Estado. Houve um corte de mais R$ 1,1 bilhão anunciado há uma semana. Isso sinaliza o tamanho do nosso desafio. Somente com os recursos do ICMS teremos condições de atender a área da saúde, por exemplo”, argumentou.

O secretário da Fazenda negou que o governo do Estado tenha errado quando decidiu que iria parcelar os salários dos servidores públicos. “Admitir que o governo errou, seria admitir que tínhamos dinheiro e não pagamos. Não existia dinheiro para pagar e ninguém gosta de passar por isso. Nenhum governante gosta de colocar adversidades aos seus colegas servidores públicos. Houve uma decisão, que foi impactada pela falta de dinheiro e agora, havendo a possibilidade (de pagamento) o fizemos agora, com muita tranquilidade”, frisou.

Correio do Povo

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