Os
médicos estrangeiros que participam do Programa Mais Médicos, do
governo federal, mostraram mais interesse de trabalhar em regiões
brasileiras menos necessitadas do País e deixaram em últimos lugares
justamente as áreas mais carentes. Levantamento divulgado neste sábado
pelo Ministério da Saúde aponta que, dos 715 profissionais que quiseram
participar do projeto, 204 foram selecionados para a Região Sul do país,
depois de um cruzamento de dados de regiões de interesse apontadas
pelos candidatos.
A assessoria do Ministério explicou que a maior parte das cidades apontadas está localizada em áreas de fronteira e atribuiu o maior interesse pela região ao fato de muitos dos interessados serem argentinos. O maior número de concorrentes é de espanhóis, seguidos por portugueses e, depois, por médicos do país vizinho. A Região Sudeste foi a segunda que teve mais municípios selecionados pelos interessados, um total de 162. No Nordeste, 153 médicos receberam o aval da Saúde. Já as Regiões Norte (137) e Centro-oeste (59) foram as que despertaram menor interesse dos profissionais. Juntas (196), elas tiveram menos citações do que o Sul.
Neste
sábado pela manhã, durante evento na Fiergs, em Porto Alegre, a
presidente Dilma Rousseff falou sobre a falta de médicos no país:
—
Os médicos são distribuídos desigualmente, 700 municípios brasileiros
não têm nenhum profissional. Temos um problema de acesso ao médico.
Queremos aumentar o número de médicos e melhorar a distribuição.
O
Ministério informou que o Mais Médicos registrou adesão de 3.511
municípios e que a seleção de profissionais começou com candidatos
brasileiros, um total de 938. Agora, o governo completa a lista com os
715 estrangeiros, que foram divididos em dois grupos. O primeiro,
formado por 521 clínicos, é o de "estrangeiros de fato". O segundo, que
conta com 194 pessoas, foi criado com brasileiros que se formaram no
exterior e que recebem esse tratamento diferenciado porque não têm
diploma validado no Brasil.
No
ato da inscrição ao programa, os interessados deviam, além de entregar a
documentação, escolher seis cidades de interesse entre as que aderiram
ao programa. Cada uma das cidades tinha de apresentar um perfil, como
ser de grande ou pequeno porte ou estar numa região metropolitana, por
exemplo. O Ministério, em seguida, realizou um cruzamento de dados com
os municípios de interesse e a necessidade de médicos com o objetivo de
preencher o maior número de vagas possível. A lista divulgada pelo
governo hoje, portanto, continha o nome do médico e o lugar para onde
ele foi selecionado entre os municípios pré-indicados por ele mesmo. Os
profissionais terão até segunda-feira para confirmar o interesse na
vaga.
clicRBS
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