19 de jul. de 2011

Tostão: Um craque que diz não

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Post p/ Chimarrão, em 19/07/2011
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Tostão irrita ex-colegas da Seleção ao recusar um benefício estranho pago com dinheiro público

Tostão é um homem acostumado a recusar. Quando surgiu, foi logo apelidado de Pelé Branco. Sua persistente modéstia repeliu o apelido. Obrigado por um deslocamento de retina a deixar os gramados aos 26 anos, se recusou a viver de fama. Prestou vestibular para medicina e passou 11 anos sem dar entrevistas. Queria ser apenas o doutor Eduardo Gonçalves de Andrade. Clínico geral bem-sucedido, deixou a profissão após 18 anos. Disse que se recusava a trabalhar em hospitais sem estrutura. Recomeçou como comentarista esportivo na TV e agora escreve. Apaixonou-se pelo novo ofício. Recusa propostas financeiramente sedutoras para voltar à televisão.

Recentemente, este homem teimoso e fiel a si mesmo driblou a vocação nacional para tomar dinheiro público e recusou uma proposta de aposentadoria oferecida aos ex-campeões mundiais de futebol de 1958, 1962 e 1970. O projeto tramita no Congresso sob o olhar vigilante de Carlos Alberto Torres. Tostão disse que o Estado tem, ou deveria ter, outras prioridades. Carlos Alberto respondeu com um carrinho verbal. "É um demagogo. Ele teve mais sorte que os outros, é médico, não sei nem se é ele quem escreve aquela coluna lá no jornal. Mas tem gente que não foi preparada”, disse. Elegante, Tostão saltou sobre as pernas do adversário e, de cabeça erguida, disparou para o gol. "Não sou demagogo nem sou bilionário. Só entendo que o governo não pode pegar dinheiro e distribuir assim", disse. "E os campeões de outros esportes? Um artista que elevou o nome do Brasil também poderia pedir esse benefício?" È, que pisada na pisada na bola, capitão Torres!!
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