Coluna do Chimarrão - ECONOMIA

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Post p/ Chimarrão, em 27/06/2011
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Focus aponta para nova redução da inflação

Os economistas ouvidos pelo Banco Central para a elaboração do Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (30),apontaram para uma nova redução no índice de inflação em 2011, com o IPCA chegando a 6,23%. Na semana passada, a perspectiva era de um índice de 6,27%. A projeção apresentada para o câmbio também é de queda, com o dólar fechando o ano cotado a R$ 1,61. A projeção do PIB mantém expectativa de crescimento de 4% no ano, sendo que nesta semana será conhecido o índice do 1º trimestre.

Brasil e Argentina buscam soluções comerciais

Na tentativa de aparar arestas e encaminhar uma retomada da normalidade na relação comercial, os governos do Brasil e da Argentina realizam uma reunião, na próxima quinta-feira, dia 02 de junho. O encontro acontece em Brasília, entre o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, e o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi. Até a data, a equipe brasileira realizará consultas junto ao setor privado para discutir a proposta do governo argentino de estabelecer cotas para os setores mais sensíveis, como máquinas e implementos agrícolas.

A competitividade da China

Ao voltar de uma de suas últimas viagens à China, o presidente da DHB – Componentes Automotivos, Luiz Carlos Mandelli, fez uma análise do que faz as empresas chinesas aumentarem sua competitividade. Ele verificou em visita a uma empresa brasileira que opera em Xangai, que o gasto total por trabalhador era de US$ 252 com as leis sociais e demais custos. Comparado com uma empresa semelhante do mesmo setor, na Grande Porto Alegre (RS), o custo da mão-de-obra por empregado chega a US$ 2,3 mil, com a folha de pagamento, custos sociais, vale-transporte, vale-refeição e planos de saúde, ou quase nove vezes mais do que na China. Isso sem considerar que lá a jornada de trabalho é de 48 horas à 60 horas semanais e no Brasil é de 44 horas. Mandelli analisou outros itens que interferem no custo de produção e favorecem a China, como câmbio, custo de capital, financiamentos de longo prazo com juros baixos, preços dos insumos menores e tributação muito menor do que a nossa.

BNDES quer priorizar petróleo e gás

O BNDES quer ampliar os financiamentos no setor de petróleo e gás, no qual os técnicos do banco estimam que sejam investidos R$ 100 bilhões, apenas no primeiro ciclo, nos próximos quatro anos. A instituição teria capacidade para financiar cerca de 1/3 desse montante. Um plano de financiamento específico para esta área deverá ser apresentado a curto prazo, levando em conta não apenas os dados de investimentos da Petrobras, como também de produtores privados e de empresas estrangeiras interessadas em atuar no Brasil.

Financiamento de imóveis em alerta

A alta dos juros está impactando a caderneta de poupança, que teve captação negativa de R$ 2 bilhões até a primeira quinzena de abril, e reduzindo os recursos disponíveis para o financiamento imobiliário. A Caixa Econômica Federal, que detém 40,6% dos empréstimos para a casa própria lastreados pela poupança, já estima uma situação crítica a partir do segundo semestre de 2012. Os bancos esperam que o governo possa usar como alternativa de alavancagem de recursos, a liberação da parcela de 30% do recolhimento compulsório sobre a captação da poupança exigido para as instituições bancárias pelo Banco Central.

Governo descarta alterar correção de dívidas dos Estados

O Tesouro Nacional está colocando obstáculo ao pedido de governadores para uma alteração no índice de correção das dívidas estaduais. A troca do Índice Geral de Preços (IGP) pela Selic, que representa a taxa de juros básica, foi interpretada como uma alteração de contrato, o que não é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Outra ideia de alguns governadores é manter o IGP, mas com a imposição de um teto para a correção dos contratos.

Bem devagar

Enquanto a nova política industrial continua engavetada, o desemprego começa a rondar o setor. O Rio Grande do Sul, com o fechamento da Azaleia, demissões e férias coletivas nas fábricas de máquinas agrícolas, é só uma amostra. Casos concretos que finalmente estão tirando o governo da letargia. A insegurança do mercado argentino mais o câmbio desfavorável enfraquecem áreas diretamente ligadas à exportação e que não conseguem compensar o prejuízo com as vendas internas. Em audiência pública na Câmara, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reconheceu que se acendeu a luz amarela. Enquanto apenas os arrozeiros pagavam o preço do Mercosul, o governo brasileiro fazia de conta que estava tudo bem. Agora que a crise se espalha, atingindo o emprego, finalmente há alguma reação (Z.Hora).

A marca é nossa

Dona da grife mais valiosa do Brasil e da América Latina, a Petrobras assinou contrato com o braço brasileiro da gigante Interbrand, para elaborar a avaliação financeira da marca. O estudo deverá fornecer inputs para a gestão estratégica da marca Petrobras, além de analisar seu potencial em outros países. Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai estão entre os mercados que serão avaliados. O trabalho, com prazo de dois anos, será tocado por uma equipe internacional, com profissionais brasileiros e de outros escritórios da Interbrand no mundo. Em um recente ranking de valor de marca, a Petrobras figurou na 61ª posição mundial. Avaliada em US$ 13,421 bilhões, ficou à frente de Pepsi, Sony e Samsung.

Foco no Brasil

A Dassault Systèmes, divisão de softwares do grupo francês, espera dobrar a receita no Brasil em menos de três anos, de acordo com Bernard Charles, presidente da companhia. A previsão é de crescimento mais acelerado que as operações mundiais do grupo, que devem multiplicar seus ganhos até 2014 - hoje, a receita do grupo gira em torno de 2 bilhões. "O Brasil é o nosso principal mercado na América Latina, de longe", diz Charles. "Temos muitas oportunidades na América Latina, especialmente em energia." Marcelo Lemos, presidente da companhia na região, citou também áreas como agricultura, bens de consumo e educação. A empresa, líder em soluções 3D no mundo, tem hoje cerca de 20 clientes no país.

Níquel para fora

A Vale fez seu primeiro embarque de níquel da unidade de Onça Puma, no Pará - uma das maiores de produção de ferro níquel do mundo - pelo porto do Itaqui, em São Luís (MA). Mais de mil toneladas do minério foram embarcadas com destino à Ásia e à Europa. As atividades da planta de Onça Puma, em Ourilândia do Norte, movimentarão o negócio de contêineres para exportação pelo porto. Neste primeiro embarque, serão transportados 52 contêineres pela empresa CMA CGM, um dos maiores armadores do mundo, com um total de 1.078 toneladas de ferro níquel, equivalente a 385 toneladas de níquel contido. Com o novo negócio, a Vale aumentará seu "market share" no setor de aço inox, um importante marco para o desenvolvimento do negócio níquel na empresa.

Mercado acionário chinês na mira de multinacionais

Depois de os gigantes HSBC e Unilever decidirem colocar seus papéis na Bolsa de Xangai, agora é a vez de outra multinacional experimentar o mesmo caminho. A Coca-Cola também estuda listar suas ações na bolsa asiática, aproveitando sua presença cada vez maior no mercado chinês. Com a instalação de três novas fábricas na China, a empresa norte-americana está destinando US$ 2 bilhões para investimentos no país. Ao mesmo tempo, a Bolsa de Nova York está trabalhando em parceria com a China para lançar uma plataforma que permitirá que empresas estrangeiras sejam listadas no mercado chinês.

Comercialização de automóveis em alta

Os consumidores brasileiros compraram 10,1% mais automóveis no mês de maio na comparação com abril. No total, a Fenabrave confirmou emplacamentos de 318.560 veículos, na melhor marca histórica para o mês de maio, frente aos 289.202 registrados no mês anterior. Já na comparação com maio do ano passado, a alta chegou a 26,87%. Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 1.432.962 unidades, o que representa uma alta de 8,81% frente ao mesmo período do ano passado.

O protecionismo argentino

A economia argentina dá sinais de que está em compasso de crescimento, mas parte disso pode estar ligado às barreiras comerciais impostas. Um levantamento do Global Trade Alert (GTA) mostrou que a Argentina é o país mais protecionista do mundo. Atualmente, o país vizinho aplica nada menos do que 121 medidas de proteção ao comércio, enquanto o segundo colocado, a Rússia, possui 119 restrições. O Brasil está no quinto lugar do ranking, com 74 barreiras. O dado também mostra a situação de outros países como China (65 medidas), Tailândia (40), Malásia (39), Cingapura (38), Hong Kong (35), Alemanha (28), Itália e Espanha (27), Estados Unidos (25) e Uruguai (24).

Quem ronca à porta

A desnacionalização das autopeças e as importações de carros são dois movimentos presentes em todo o setor automobilístico. Não há sinal de mudança, só de agravamento. As novas plataformas para a produção de veículos nesta década, segundo um executivo do setor, foram concebidas nas matrizes excluindo as filiais brasileiras. A Renault, por exemplo, disse que a nova versão do Sandero chega com índice de nacionalização de 87%, mas que poderá baixar para 65% a 70%. Na América Latina, torna-se comum montadoras brasileiras perderem negócios para fábricas do mesmo grupo em outros países com custos menores de produção. É a desindustrialização roncando à porta.

O impacto do embargo no setor de suinocultura

O Brasil pretende fazer novo movimento para derrubar o embargo da Rússia a frigoríficos brasileiros e que está impactando fortemente o mercado de carnes, principalmente na suinocultura. Das 214 mil toneladas de carne suína exportadas entre janeiro e maio deste ano, 84 mil toneladas foram compradas pelos russos, num patamar 18% menor do que a aquisições feitas no mesmo período do ano passado. Os embarques totais também representaram uma retração de 3,8% sobre os carregamentos de um ano atrás. Os russos representam 40% das exportações de carne suína brasileira. Isso preocupa ainda mais o setor, envolvido nesta questão considerada pelo Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic) como um atropelo das autoridades sanitárias russas.

Ideia daninha

A agricultura brasileira deve ter um desempenho estelar nesta década. A ONU prevê que seu volume de produção crescerá 40% até 2020. Esse prognóstico alvissareiro pode ser comprometido, porém, por medidas em estudo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), presidida por Dirceu Barbano. A Anvisa quer restringir o uso de fungicidas, herbicidas e inseticidas. Cogita vetar até produtos que não têm substitutos no mercado, o que deixaria os produtores sem armas para combater pragas e ervas daninhas. Por encomenda da Associação Brasileira do Agronegócio, a consultoria alemã Kleffmann mediu o impacto negativo que essas iniciativas teriam nas lavouras de soja, milho, algodão e cana. As perdas alcançariam 105 bilhões de reais. A cultura de soja seria a mais afetada, com quebra de espantosos 99%.

Os novos céus da Embraer

Principal acionista da Embraer, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, está paulatinamente reduzindo sua participação na empresa. No fim de 2007, detinha 14% do capital total. Hoje, tem 1%. Pouco percebido no mercado, o movimento abriu oportunidades para o ingresso de novos sócios, que querem também as ações do ex-banqueíro Júlio Bozano, dono de 8% da indústria aeronáutica. O grupo Odebrecht, por exemplo, está avaliando essa possibilidade, tendo em vista a sua recente investida na área de defesa, que começou com a construção de submarinos nucleares para a Marinha. Parceira da fabricante de caças francesa Dassault, a Embraer poderia complementar o novo negócio do conglomerado.

Meio circulante

Quase 1 bilhão de cédulas de 100 pesos é quanto a Casa da Moeda produzirá para a Argentina este ano. A informação é da direção daquele organismo. A fabricação começou devagar, mas aos poucos foi ganhando fôlego e a previsão é que superará com folga o volume feito no país vizinho. Aliás, por falar em exportação de dinheiro, o Brasil vai passar a imprimir o peso venezuelano, além desses, já tem imprimido dinheiro para outros países, entre os quais o Haiti.

Devem e não negam

O Ibama foi o órgão público campeão na aplicação de multas no ano passado. O montante chegou a R$ 2,5 bilhões, quase um terço do total das penalidades impostas por órgãos de regulação e fiscalização. Mas isso não é motivo para entusiasmo. No critério de arrecadação de multas, o Ibama ficou em último lugar. Só recolheu R$ 36,7 milhões, o que representa apenas 0,5% do total. Os dados estão em auditoria do TCU sobre as contas do governo federal em 2010. E a média de recuperação de todos os órgãos públicos foi sofrível, de 4,7%. O próprio TCU ficou um pouco acima da média, mas num nível baixo (6,7%).

Camas caras

Se há um setor em que a inflação saiu do controle foi o hoteleiro. Um levantamento inédito realizado pela consultoria Hotellnvest em cinco capitais brasileiras revela que entre janeiro e abril o reajuste médio das diárias em São Paulo foi de 22% quando comparado com o mesmo período de 2010. A média nacional foi de 15%. No Rio de Janeiro, a alta no mesmo período foi de 12%. Em compensação, é no Rio que se encontram as tarifas mais altas nos hotéis de luxo. A tarifa média nesses hotéis foi de 649 reais em 2010, contra 377 reais dos hotéis da mesma categoria em São Paulo.

Celulares chegam a 215 milhões

O mês de maio marcou a chegada aos 215 milhões de telefones celulares em uso no País. Segundo os dados da Anatel, nestes cinco primeiros meses do ano, foram habilitadas nada menos do que 12 milhões de novas linhas. Dessa forma, o setor registrou um crescimento de 5,95% em relação ao mesmo período de 2010. O Distrito Federal e outros 16 estados já possuem mais de um celular por habitante.

Crise na Grécia está contaminando bancos europeus

O principal temor vindo da Grécia nas últimas semanas está sendo o de uma contaminação no setor bancário da Europa. Isso porque qualquer alteração ocorrida nos títulos gregos será vista como um default pelas agências de classificação de rating, pressionando os bancos credores de papéis do país europeu a registrar perdas em seus balanços. Segundo o Banco Central Europeu a exposição das instituições bancárias europeias à dívida pública da Grécia chega a US$ 52 bilhões, dos quais as da Alemanha (US$ 22,7 bilhões) e da França (US$ 15 bilhões) serão as mais atingidas.

Reflita:

Em matéria de impostos, é função de um bom pastor tosar suas ovelhas, mas não tirar o seu couro.
(Tibério - Imperador romano)

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