6 de dez. de 2009

O avesso do realismo

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Postado por Gilmar da Silva, em 06, 12, 2009
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Convém a Cesare Battisti encerrar a greve de fome. Primeiro, porque a decisão do presidente Lula sobre uma eventual extradição vai demorar. Segundo, porque o presidente já deu pistas de que vai chancelar a posição do ministro Tarso Genro de conceder refúgio político para o italiano. O confuso desfecho do Caso Battisti no Supremo Tribunal Federal concedeu ao presidente Lula o poder de encerrar a questão. Mas se era para tomar uma decisão neste sentido, por que então o STF perdeu tanto tempo analisando o caso?

Embora a Corte tenha se dividido quanto à obrigatoriedade de Lula seguir sua orientação, chamou atenção a posição de Ayres Britto. Sempre incisivo, o ministro agora tomou uma posição dúbia e acabou favorecendo Battisti. Ayres votou pela extradição, mas virou o jogo ao deixar para Lula decidir o que fazer com o ativista.

Quem acabou tentando tirar proveito da decisão foi
Tarso Genro, que se sentiu homenageado pelo Supremo e agora pode influenciar Lula na resposta sobre a concessão do refúgio. O certo é que o governo vai tentar uma saída honrosa para Lula nessa história, papel que ficará a cargo da Advocacia-Geral da União. Um relatório está sendo produzido pelo órgão para embasar a decisão do presidente. É bem possível que invoque questões humanitárias para não extraditar Battisti. Ninguém do PT é a favor de mandar o ex-militante cumprir pena pelo assassinato de quatro pessoas na Itália (Zero Hora).
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