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Postado por Gilmar da Silva em 15, 11, 2009
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BRASÍLIA - Três meses depois de dizer que um documento da Força Aérea dos EUA sobre as bases americanas na Colômbia era "tão somente um texto acadêmico, como tantos outros", o Pentágono acaba de enviar ao Congresso um outro documento dizendo a mesma coisa: as tais bases servem, sim, para ter um pé na América do Sul e ficar de olho em países não muito amistosos - caso da Venezuela.O primeiro documento, cuja existência foi revelada em 2 de agosto, dizia que as operações aéreas a partir da base principal, a de Palanquero, podem cobrir metade do continente sem paradas técnicas de reabastecimento.
Reforçou, assim, a desconfiança do Brasil e de seus vizinhos de que o objetivo da ampliação militar americana na Colômbia é não só interno, contra a narcoguerrilha, mas externo, para vigilância e controle sobre a região. Mas os EUA acalmaram a turma, tratando o texto como se fosse um "papelito" qualquer. Depois, na reunião da Unasul em Bariloche, o venezuelano Chávez leu os trechos mais cabeludos do documento, que caracterizavam o intuito bélico e de intervenção.
Sem ter como negar a veracidade, o colombiano Álvaro Uribe recorreu ao subterfúgio do Pentágono: também, para ele, tratava-se de mero exercício acadêmico, sem valor oficial. Agora vem o texto do Pentágono para o Congresso (algo pode ser mais oficial?), classificando as bases na Colômbia como "oportunidade única de acesso e presença regional a um custo mínimo", numa área cheia de "governos antiamericanos" por toda parte. Diante disso, cabe ao Brasil e a toda a Unasul fazer três perguntas a Obama e a Uribe: 1) a presença militar dos EUA é ou não é para ameaçar a Venezuela?; 2) cadê as "garantias formais", que Lula pediu a Uribe e a Obama, de que os objetivos não extrapolam as fronteiras?; 3) Bogotá e Washington estão fazendo "nosotros" de palhaços?
Eliane Cantanhêde
elianec@uol.com.br
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