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Postado por Gilmar da Silva, em 10, 11, 2009
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Para ambientalistas e gestores, criar cooperativas de catadores, como sugere Lula, não resolve o problema do lixo. A cobrança aos prefeitos de todo o país para que formem cooperativas de catadores de material reciclável, feita por Lula da Silva esconde problemas mais complexos referentes ao tema. O alerta vem não só dos próprios gestores municipais, mas também da seara ambientalista. De acordo com Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios, mais uma vez o governo federal cobra dos prefeitos ações nas quais a União tem que participar, inclusive com os recursos necessários. Além disso, ele chama a atenção para as recomendações dos tribunais de contas e ministérios públicos Brasil afora em relação a cooperativas de uma forma geral.
“É óbvio que há entidades sérias, mas muitas funcionam apenas como fachada, são empresas na realidade. Então, a criação dessas instituições, mesmo na área do lixo, não é algo assim tão rápido e simples como pode parecer”, destaca Ziulkoski. Um estudo prestes a ser apresentado pela entidade, mostrará que o índice dessas unidades da Federação que realizam coleta seletiva está bem abaixo dos 56% estimados pelo levantamento mais atual da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Isso porque a pesquisa da entidade utiliza como parâmetro a quantidade de municípios que indicaram ter iniciativas de coleta especial do lixo, enquanto o estudo da Confederação promete ser uma radiografia mais detalhada.
Seja qual for o percentual real de municípios a recolherem e destinarem de forma responsável os dejetos, Gustavo Souto Maior, presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e professor da Universidade de Brasília (UnB), lamenta que a criação de cooperativas tenha de ser incentivada. “O ideal é que não existisse a necessidade de haver catadores de lixo. Mas, no contexto atual, temos de apoiar essas entidades. Muitas fazem um bom trabalho, inclusive no âmbito social”, destaca. Ele ressalta, entretanto, que a formalização dos trabalhadores não pode inibir uma conscientização da sociedade.
“As pessoas precisam entender que o lixo é um problema de todos. Até porque cada cidadão produz, em média, um quilo por dia. Não basta recolher e colocar na porta de casa. Temos de nos unir em torno das melhorias, que incluem a construção de locais apropriados para a alocação”, destaca Souto Maior.
O especialista aponta o próprio DF como “vergonha ambiental” por não contar com um aterro sanitário. A maior parte das 2 mil toneladas de resíduos produzidas por dia na capital vai para o lixão a céu aberto da Estrutural. “Imagino que uma forma rápida de resolver essa questão seria depositar essa quantidade de material no Eixão ou nas vias centrais dos lagos Sul ou Norte”, provoca.
Um dos passos para disciplinar o manejo do lixo está nas mãos do Senado. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto que institui o Plano Nacional de Resíduos Sólidos cria responsabilidades aos geradores de resíduos, como indústrias, hospitais, além do cidadão comum. Pela proposta, assinada pelo presidente Lula em 2007 e encaminhada ao Congresso, os geradores de resíduos sólidos terão de adotar medidas de compensação ambiental e ações de reciclagem que gerem renda aos catadores.
“É óbvio que há entidades sérias, mas muitas funcionam apenas como fachada, são empresas na realidade. Então, a criação dessas instituições, mesmo na área do lixo, não é algo assim tão rápido e simples como pode parecer”, destaca Ziulkoski. Um estudo prestes a ser apresentado pela entidade, mostrará que o índice dessas unidades da Federação que realizam coleta seletiva está bem abaixo dos 56% estimados pelo levantamento mais atual da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Isso porque a pesquisa da entidade utiliza como parâmetro a quantidade de municípios que indicaram ter iniciativas de coleta especial do lixo, enquanto o estudo da Confederação promete ser uma radiografia mais detalhada.
Seja qual for o percentual real de municípios a recolherem e destinarem de forma responsável os dejetos, Gustavo Souto Maior, presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e professor da Universidade de Brasília (UnB), lamenta que a criação de cooperativas tenha de ser incentivada. “O ideal é que não existisse a necessidade de haver catadores de lixo. Mas, no contexto atual, temos de apoiar essas entidades. Muitas fazem um bom trabalho, inclusive no âmbito social”, destaca. Ele ressalta, entretanto, que a formalização dos trabalhadores não pode inibir uma conscientização da sociedade.
“As pessoas precisam entender que o lixo é um problema de todos. Até porque cada cidadão produz, em média, um quilo por dia. Não basta recolher e colocar na porta de casa. Temos de nos unir em torno das melhorias, que incluem a construção de locais apropriados para a alocação”, destaca Souto Maior.
O especialista aponta o próprio DF como “vergonha ambiental” por não contar com um aterro sanitário. A maior parte das 2 mil toneladas de resíduos produzidas por dia na capital vai para o lixão a céu aberto da Estrutural. “Imagino que uma forma rápida de resolver essa questão seria depositar essa quantidade de material no Eixão ou nas vias centrais dos lagos Sul ou Norte”, provoca.
Um dos passos para disciplinar o manejo do lixo está nas mãos do Senado. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto que institui o Plano Nacional de Resíduos Sólidos cria responsabilidades aos geradores de resíduos, como indústrias, hospitais, além do cidadão comum. Pela proposta, assinada pelo presidente Lula em 2007 e encaminhada ao Congresso, os geradores de resíduos sólidos terão de adotar medidas de compensação ambiental e ações de reciclagem que gerem renda aos catadores.
Mirella D’Elia e Renata Mariz
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