Ela tem sobrenome alemão e aparência de gringa, mas é produto 100% nacional. A gaúcha Raquel Zimmermann, atual líder do ranking das modelos internacionais, é a favorita dos grandes nomes da moda e chega a dar a volta ao mundo em um mês de trabalho. Mas quer mesmo é arranjar tempo para conhecer Bahia, Amazônia e Pantanal. Pois ela é de Bom Retiro do Sul. Conheça um pouco dessa menina que viveu aqui no Bairro Imigrante e hoje voa pelo mundo esbanjando sucesso por onde passa.
Para quem está acostumado a ver Raquel em passarelas e incontáveis páginas de revistas e websites da cobertura internacional de moda, encontrá-la ao vivo e em cores é um verdadeiro espanto. Não pela falta de beleza, mas fica difícil associar a amazona glamorosa habitante do universo fashion (ou “glamazon” como diz a imprensa estrangeira especializada) com a garota alta (1,78 metro), loira, de pele muito alva, dona de gestos simples, postura descontraída e apenas 26 anos, que se apresenta diante de nós.
GAÚCHA GLOBALIZADA – Quando sentamos para conversar, Raquel diz que está com fome e pede uma canja. Pergunto se sua dieta de modelo é toda assim, básica. Ela ri: “Sou gaúcha, não recuso um bom churrasco”.
Nascida em Bom Retiro do Sul, no RS, sob o signo de Touro, Raquel Zimmermann é a segunda de três filhos: “Tenho um irmão mais velho e uma irmã mais nova que é muito mais bonita do que eu”, avisa. Claro que, como nove entre dez mulheres famosas por sua beleza, ela também teve uma adolescência de patinho feio. Era alta, magrela, gostava de jogar basquete com os meninos, tinha um monte de apelidos e nenhuma vaidade. Acontece que eram os anos 90, a moda explodia como assunto de interesse geral no noticiário e o Brasil começava a entrar na rota do estilo. Na época uma gaúcha, Shirley Mallmann, revelou-se como a primeira modelo brasileira de sucesso na nova ordem fashion internacional. “Meus colegas de escola começaram a falar que eu parecia com ela e perguntavam por que eu não tentava ser modelo”, conta Raquel naquele sotaque dos pampas que nove anos de andanças internacionais não conseguiram eliminar. “Então eu fui ao sindicato dos modelos em POA e perguntei se eu tinha jeito para modelo. Disseram que sim fiz um material e vim para SP”, lembra. Com apenas 16 anos, era muito solicitada pelas publicações para adolescentes, como Capricho e Atrevida. “Daí me chamaram para ir ao Japão, eu fui, passei um tempo lá, alguém viu meu material e me chamou para ir para Milão. Eu fui e não parei mais.” Simples assim, na rapidez do mundo globalizado. Hoje, dez anos depois, Raquel vive em Nova York, mas também se divide entre Paris e Londres e conta que houve época que chegou a dar a volta ao mundo, trabalhando, em apenas um mês.
Mas e o Brasil, onde fica nessa agenda concorrida de cidadã do mundo? Raquel suspira: “Venho pouco ao Brasil, mas quero ter tempo para conhecer lugares com que eu sempre sonhei: Bahia, Amazônia e Pantanal”, confessa. Também revela adorar o RJ por causa do mar e do ar de festa permanente da cidade e pensa em mais tarde, quando casar e tiver filhos, em virar fazendeira em seu Estado natal. Ela tem uma relação estável com o namorado, o fotógrafo chileno radicado em Nova York, Ruy Sanchez Blanco, com quem está há oito anos. E, para quem pensa que ela é apenas a segunda geração de imigrantes alemães estabelecidos no Sul do país, ela avisa: “Minha família chegou aqui em 1825. Sou brasileiríssima e tenho samba no pé”, diverte-se.

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