7 de ago. de 2010

No dia dedicado aos PAIS: Os "pais suecos" do Brasil

===============================
Postado por Gilmar da Silva, em 08/08/2010
========================

Talvez você possa contar nos dedos – ou nem contar – o número de vezes que viu um pai levando três filhos pequenos para passear sem ter a esposa ao lado. Mas na vida do administrador de empresas Augusto Eduardo Ferraz, de 39 anos, esta é uma cena comum. “Eu saio com eles, levo no pediatra, faço tudo porque quero e gosto. Mas quem vê deve pensar: ‘Nossa, como ele dá conta?’”, imagina ele. Porém, para alguns pais, este papel está cada vez mais atual. “O nascimento do meu primeiro filho, o Hugo, fez com que eu me tornasse uma nova pessoa. Jamais me omitiria de fazer algo por ele; eu preciso ser um pai presente”, conta Augusto, revelando que assume o papel que, na maioria das vezes, é exercido pelas mães. Levantar de madrugada, trocar fralda, dar mamadeira e levar para a escola são algumas das atitudes que, na casa de Ferraz, na maioria das vezes é tomada por ele. “Hoje temos que fazer um pouco de tudo, não é só responsabilidade da mulher: temos que ser flex”, brinca.

Assim como Augusto, o microempresário Wagner Roim, de 39 anos, também coloca os filhos à frente de seu dia a dia. Quando nasceu Ana Carolina, a primeira filha, nem ele, nem a esposa – a bancária Rosana Roim, de 37 anos – tinham muita mobilidade de horário. Por isso, faziam tudo juntos, desde levá-la ao pediatra até buscá-la diariamente na escola. “Mas hoje, como conduzo um escritório, acabo cuidando mais das necessidades dela e do meu segundo filho, o Victor, de 10 meses”, conta. “Antigamente eu dizia para a minha mãe que, se eu fosse mulher, teria tido filho mais jovem, mas não dava para fazer produção independente por ser homem”, ri. Devoto aos filhos, Wagner reveza com a mulher as responsabilidades da mamadeira e da hora do banho das crianças desde o nascimento de Ana Carolina, há quase sete anos. “Às vezes eu até brigava com ele por pegar tanto no meu pé na hora de cuidar das crianças”, conta Rosana, contrariando o senso comum de que, quem costuma fazer isso, é a mãe.

O profissional de teatro Luiz Grasseschi, de 33 anos, confessa que, quando soube da gravidez da esposa, ficou um pouco inseguro por achar que seria um bicho de sete cabeças criar a filha Alice, hoje com quase dois anos de idade. “Mas com a segurança que a minha mulher me passou, fui vendo que não era bem assim e percebi que é um preconceito dizerem que é a mãe mesmo que conhece bem a criança: o pai também conhece, a convivência faz isso”, conta. Hoje, com homens e mulheres sem papéis fixos dentro de casa, Luiz diz que em pouco tempo já estava dominando todas as funções que tinha que realizar – já que, no primeiro ano da filha, ficava o tempo inteiro com ela enquanto a mãe trabalhava no período da manhã e da tarde. “No começo eu ligava pra ela de dez em dez minutos, mas foi um processo bem natural o conhecimento que passei a ter da Alice. Hoje, vira e mexe, ela prefere que eu dê banho nela, não a mãe”, conta Luiz. Mas isso não quer dizer que haja ciúmes por parte da mãe. Diante deste novo homem, já adaptado, é vez das mulheres se adaptarem. De acordo com Gasparian, aprender a lidar com a paternidade presente é uma necessidade da mulher atual: “Antigamente o homem era excluído de ser o ‘cuidador’, e a mulher era exclusiva, mas deixar que os filhos sejam educados da forma masculina também é positivo”.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

Nenhum comentário:

Postar um comentário