17 de dez. de 2014

EUA e Cuba retomam relações após 53 anos

Internacional - Política

Foto: Divulgação

Os Estados Unidos e Cuba deram início a uma aproximação histórica nesta quarta-feira, se encaminhando para retomar os laços diplomáticos e aliviar as cinco décadas de embargo comercial americano contra seu vizinho comunista. Na sequência de uma troca de prisioneiros, autoridades americanas informaram que o presidente Barack Obama estava pronto para negociar os termos para reabrir a embaixada americana em Cuba, fechada desde 1961.

Obama conversou com o colega cubano, Raúl Castro, por telefone, e ambos se pronunciaram na tarde desta quarta-feira, definindo os próximos passos para um degelo de suas relações.
"Está claro que décadas de isolamento dos Estados Unidos de Cuba não conseguiram alcançar o nosso objetivo permanente de promover a ascensão de uma Cuba democrática, próspera e estável", informou a Casa Branca.

"Hoje, estamos renovando nossa liderança nas Américas", dizia um comunicado divulgado para introduzir o discurso de Obama, confirmando que as negociações irão começar no restabelecimento de relações diplomáticas plenas. "Estamos escolhendo soltar a âncora do passado, porque isso é absolutamente necessário para alcançar um futuro melhor – para os nossos interesses nacionais, para o povo americano e para o povo cubano".

Em Havana, a televisão estatal informou que Castro – irmão do líder revolucionário cubano Fidel – também fará um discurso. Autoridades americanas declararam que o papa Francisco, o primeiro pontífice da América Latina, desempenhou um papel fundamental na mediação da reaproximação.

Os Estados Unidos impuseram um embargo comercial contra Cuba – o inimigo da Guerra Fria mais próximo de sua costa – em 1960 e os dois países não têm relações diplomáticas entre si desde 1961. O embargo prejudica a economia da ilha caribenha, mas não conseguiu derrubar o governo comunista liderado pelos irmãos Castro.

A notícia da aproximação chegou na sequência da libertação por Cuba de Alan Gross, 65 anos, um empreiteiro americano mantido prisioneiro por cinco anos sob acusações de espionagem, e de um suposto agente americano não identificado. Em troca do segundo prisioneiro, os Estados Unidos libertaram três supostos espiões cubanos. Ambos os lados haviam apontado a libertação de seus cidadãos como pré-condição para a abertura de negociações.

Papa teve papel crucial na aproximação
O Papa Francisco e o Vaticano tiveram um papel essencial, intermediando a aproximação histórica entre Estados Unidos e Cuba, indicou um funcionário americano de alto escalão. O Papa fez um apelo pessoal a Barack Obama em uma carta enviada neste verão (do hemisfério norte) e se comunicou com Raúl Castro em outra correspondência enviada separadamente. Além disso, o Vaticano recebeu delegações de ambos os países para concluir a aproximação.

 
 
ZH

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