Titulares de Minas e Energia e Agricultura irão à Comissão de Agricultura.
Nesta terça (28), deputados derrubaram decreto sobre conselhos populares.
Os ministros Edison Lobão (esq) e Neri Geller (dir) foram convocados pela Comissão de Agricultura (Foto: Agência Brasil e Reprodução) |
Menos de 24 horas depois de impor a primeira derrota
da presidente reeleita Dilma Rousseff após a eleição presidencial, a
Câmara dos Deputados convocou nesta quarta-feira (29) os ministros
Edison Lobão (Minas e Energia) e Neri Geller (Agricultura) a prestar
esclarecimentos à Comissão de Agricultura da Casa. Ainda não há previsão
de quando eles irão ao Congresso Nacional.
Lobão terá de dar detalhes aos deputados sobre a venda de 51% da
Centrais Elétricas de Goiás (Celg D) à Eletrobrás. Já o titular da
Agricultura terá de esclarecer por que sua pasta decidiu transferir para
o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Minas Gerais a tarefa
de realizar as provas de controle de qualidade oficiais em vacinas
contra a febre aftosa.
Nesta terça-feira (28), na primeira sessão da Casa após a reeleição de
Dilma, a Câmara dos Deputados derrubou o decreto presidencial que
estabelece a consulta a conselhos populares por órgãos do governo antes
de decisões sobre a implementação de políticas públicas. Por meio de
votação simbólica, os parlamentares aprovaram um projeto de decreto
legislativo apresentado pelo DEM que susta a aplicação do texto editado
por Dilma.
As decisões dos últimos dois dias refletem o clima de insatisfação na
base governista por conta das disputas eleitorais nos estados. Alas dos
partidos aliados estão descontentes com a falta de apoio de Dilma
durante a corrida eleitoral.
Um dos episódios que tensionaram a relação do Planalto com a base
ocorreu no Rio Grande do Norte. Derrotado no último domingo (26) na
disputa pelo governo potiguar, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), atribuiu parte do revés ao fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter gravado um vídeo em apoio ao candidato do PSD, Robinson Faria.
Além da convocação de Lobão, o Palácio do Planalto sofreu outra derrota
na Câmara nesta quarta. O PMDB reconduziu o deputado Eduardo Cunha (RJ)
para a liderança da bancada na Câmara. Cotado para presidir a Câmara
nos próximos dois anos, o parlamentar fluminense já liderou rebeliões na
base aliada que impuseram derrotas ao Planalto. Ele foi reconduzido por
unanimidade para a liderança do partido.
Outro tema incômodo ao Palácio do Planalto que pode representar mais
uma derrota para Dilma é a votação do Orçamento Impositivo, que torna
obrigatório o pagamento das emendas parlamentares. Os líderes dos
partidos ainda irão se reunir no início da tarde para decidir se votam a
proposta, que afeta diretamente os cofres da União.
G1
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