5 de ago. de 2014

Álcool etílico é encontrado em leite de mais uma cooperativa

Estado - Geral
Álcool etílico foi encontrado no leite de mais uma cooperativa gaúcha: a Santa Clara. Inspeção da Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado no dia 24 de junho deste ano apontou a presença da substância em amostra de leite cru refrigerado da empresa de Carlos Barbosa. Ontem, o ministério determinou o recolhimento de dois lotes de leite UHT e um de requeijão da Cooperativa Agropecuária Petrópolis (Piá) devido à mesma irregularidade.


Foto:  Divulgação

Após o resultado dos testes e comprovação do problema, o posto de refrigeração da Santa Clara, em Veranópolis, foi fechado. Ainda não foram confirmados os lotes do produto alterado e nem a quantidade, mas informações preliminares apontam que o leite não se encontra mais no mercado.

Informado sobre as adulterações nos produtos da Piá e da Santa Clara na sexta-feira da semana passada, o Ministério Público do Estado chamará as duas cooperativas para prestarem esclarecimentos. As reuniões estão marcadas para esta sexta-feira à tarde.

— A diferença da Santa Clara é que o lote já expirou, então, não tem o que ser retirado do mercado. Foi detectado no leite pasteurizado (conhecido popularmente por leite de saquinho), cuja validade é de poucos dias. Pelo jeito, o produto foi ao mercado e, possivelmente, já foi consumido — explicou o promotor de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos.

O leite pasteurizado dura, em média, de três a cinco dias. A Santa Clara confirmou que o posto de refrigeração ficou fechado por um dia, mas, segundo a assessoria de imprensa, "para serem feitas adequações". Contatada por Zero Hora, a empresa afirmou não ter sido notificada sobre a presença de álcool etílico na mercadoria.

Já a Piá disse que não foram constatadas irregularidades nas análises internas no leite UHT e requeijão — que estão sendo recolhidos do mercado. Os consumidores que ainda tiverem em casa os lotes L02/2 e L2-3 (leite UHT integral fabricados em 26/06/2014 e com data de validade até 26/10/2014) e o lote L2 de requeijão light (200g) fabricado em 30/06/2014 e com data de validade até 30/09/2014 devem entrar em contato com a cooperativa pelo SAC (0800-970-2099). A Piá garante que irá buscar a mercadoria na casa do consumidor, se necessário.

Especialista garante: substância não faz mal à saúde
— Não há perigo à saúde.

A garantia é do professor de Microbiologia de Alimentos da UFRGS Eduardo Cesar Tondo. Especialista no controle de qualidade de alimentos, ele explica que o álcool etílico costuma ser acrescentado ao leite para mascarar a adição de água no produto.
— Geralmente, há a adição de água para ganhar volume. Para passar no teste da empresa, chamado de crioscopia, é colocado o álcool etílico. A crioscopia serve para detectar a adição de água ao leite, mas não o álcool. Por isso, tudo leva a crer que seja um problema no transportador — acredita o professor.

Conforme Tondo, a substância, apesar de irregular no leite, não é nociva à saúde como a ureia, encontrada no leite durante a primeira fase da Operação Compen$ado, que desde o ano passado investiga fraudes no setor. O professor explica que se trata do mesmo álcool presente na fórmula da cerveja e do vinho, por exemplo.

— Mas não há a possibilidade de deixar alguém bêbado, porque a quantidade é muito baixa — avisa.

Outros casos

Em 8 de maio de 2013, MP e Ministério da Agricultura lançaram a operação Leite Compen$ado. Desde então, foram descobertos três núcleos de adulteradores de leite, em seis municípios: Ibirubá, Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio. Os grupos adicionavam ureia, água, formol, água oxigenada ou bicarbonato de sódio no leite.

ZH

Um comentário:

  1. Amigo, chegará o dia em que será adicionado ao leite querosene, óleo diesel, cocaína...
    Há gente neste mundo que perdeu toda noção.
    Um abraço.

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