26 de mar. de 2014

Três meses após o Natal, 180 crianças ainda não receberam brinquedos doados nos Correios

Guardadas em depósito dos Correios no Centro da Capital, doações foram afetadas por férias de servidor e greve da categoria

Três meses após o Natal, 180 crianças ainda não receberam brinquedos doados nos Correios Bruno Alencastro/Agencia RBS
Com o fim da paralisação de 43 dias, ocorrida em 13 de março, os Correios deram prioridade para a entrega de correspondências consideradas mais urgentes Foto: Bruno Alencastro / 
 
Bolas de futebol, carrinhos, roupas, bonecas e bicicletas que deveriam fazer a alegria de crianças carentes da Ilha da Pintada, em Porto Alegre, estão armazenadas em um depósito no Centro. Doados por meio da campanha Papai Noel dos Correios, 180 brinquedos (menos de 1% do total) ainda não chegaram aos destinos porque os endereços não foram localizados na primeira tentativa. A campanha repassou, no último Natal, cerca de 25 mil doações. As férias de um funcionário que conhece a área detalhadamente e a paralisação dos Correios contribuíram para o atraso.

– Há líderes comunitários e associações de moradores para auxiliar. É um problema de tomada de atitude e decisão gerencial. As pessoas adotaram as cartas, compraram os presentes e estão esperando informações até o momento – critica o sindicalista e funcionário Mário Augusto Osanai, que procurou a direção da empresa para cobrar explicações. 

Zero Hora foi até o depósito e verificou que as doações estão etiquetadas e empacotadas, em bom estado. Com o fim da paralisação de 43 dias, ocorrida em 13 de março, os Correios deram prioridade para a entrega de correspondências consideradas mais urgentes. Nos próximos dias, as crianças da Ilha da Pintada devem, finalmente, receber os presentes. 

– A demanda na ilha é a mais alta, e esses objetos devolvidos são das áreas de pior acesso. Temos notas de funcionários que foram lá e não encontraram os locais. Já aconteceu de entregarmos doações para líderes comunitários e elas não chegarem onde deveriam. É frustrante para nós também a situação, ainda mais que fazemos tudo voluntariamente, não ganhamos nada para isso – explica Miriam Costa, gerente do Centro de Entrega de Encomendas do Centro.

Se os carteiros não encontrarem as crianças na próxima tentativa, as doações serão encaminhadas para creches e abrigos da cidade. A estatal garante que alguns funcionários estão sendo treinados para atuar nas regiões chamadas críticas, caso da Ilha da Pintada.

Crédito: Bruno Alencastro / Agência RBS
 


Como funciona o Papai Noel dos Correios
Antes do Natal, crianças carentes são estimuladas a escrever uma carta ao Papai Noel e pedir um presente de Natal. No processo, elas desenvolvem a escrita e aprendem como enviar corretamente uma correspondência.

Por meio de parcerias com escolas, creches e abrigos, as pessoas têm a oportunidade de se tornar "padrinhos", receber as cartas e realizar as solicitações. Os Correios aceitam doações de brinquedos, material escolar, bicicletas ou agasalhos.
ZERO HORA

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