Instrução normativa
deve apresentar novos padrões para a bebida que será comercializada no Mercosul
Os apreciadores de
cerveja devem estar de olho no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimentod (Mapa), em Brasília. Desde as 8h30min destra terça-feira,
técnicos do ministério debatem a proposta de uma nova instrução normativa para
definir padrões de cerveja no país e no Mercosul.
A cerveja pode ter
novos ingredientes autorizados para o preparo. A instrução normativa discutida
permitirá receitas com adição de matérias-primas como mel, chocolate e
especiarias. Além disso, o texto autorizará a produção com cereais diferentes
do lúpulo e da cevada.
O debate, que prossegue
na quarta-feira, está centralizado na primeira versão da instrução, que está
sendo apresentada também a representantes do setor. Depois o texto passará por
mais discussões, tanto no mercado interno quanto no Mercosul. A expectativa do
governo é que as alterações passem a vigorar em 2015.
Atualmente, para ser
considerada cerveja, a bebida precisa ter, no mínimo, 55% de cevada maltada e
adição de lúpulo na fórmula. Além disso, é proibido adição de produtos de
origem animal. As regras estão na
Instrução Normativa 54, de 2001. A flexibilização é uma demanda do setor
produtivo. Em fevereiro, o governo promoveu audiência pública e reuniu
propostas dos representantes de cervejarias, usadas na construção do texto da
nova instrução normativa.
De acordo com a
Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (Cervbrasil), a intenção é que os
criar mais variedades.
“A decisão do
consumidor está cada vez mais relacionadas a atributos que vão além do preço,
como produtos sensoriais de diferenciação. Por isso, uma das solicitações é a
ampliação das opções de ingredientes, como especiarias, frutas e mel”, destaca
a entidade. A Cervbrasil disse ainda que deseja que sejam mantidos os
pressupostos de qualidade e segurança já existentes.
O chefe da Divisão de
Bebidas do Ministério da Agricultura, Marlos Vicenzi, lembra que o Brasil
importa diversos tipos de cerveja que a legislação não permite fabricar. Assim,
a flexibilização dos ingredientes traria competitividade à indústria nacional.
Ele destaca que a permissão de mais itens na fórmula beneficiaria as
cervejarias artesanais.
— Nos últimos anos,
houve crescimento expressivo de pequenas empresas que necessitam muito de
liberdade para ter um diferencial no mercado — pondera.
As alterações na
regulamentação precisam ser discutidas com o Mercosul porque as normas da
indústria da cervejaria funcionam de forma harmonizada no bloco. Segundo Marlos
Vicenzi, as propostas de mudança serão debatidas na Comissão de Alimentos do
grupo.
— A gente já fez a
solicitação de revisão. A Argentina já mostrou que concorda. Venezuela e
Uruguai estão analisando — informa.
O Paraguai, que também
faz parte do Mercosul, encontra-se suspenso do bloco. De acordo com Vicenzi, o
Brasil deve concluir as discussões internamente e em 2014 iniciá-las no
Mercosul.
— A intenção é, no
começo de 2015, ter isso [a nova instrução normativa] publicado — declarou.
De acordo com
informações da Cervbrasil, no ano passado, o país produziu 13,7 bilhões de
litros de cerveja. Este ano, de janeiro a junho, fabricou 6,2 bilhões de litros
da bebida. A maior parte desse volume é para consumo interno. Muito reduzidas,
as exportações destinam-se principalmente aos países do Mercosul.
Zero Hora e Agência
Brasil
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