31 de dez. de 2012

Cerca de 60 policiais entram na mata em busca de assaltantes no RS



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Cerca de 60 policias do Batalhão Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar entraram na tarde desta segunda-feira (31) na região de mata de Cotiporã, na Serra do Rio Grande do Sul, em busca dos assaltantes que explodiram uma fábrica de joias na cidade e fizeram nove reféns durante mais de 20 horas no domingo (30). Os policiais acreditam que pelo menos dois dos foragidos ainda estão escondidos na região. Até às 17h, o grupo seguia fazendo buscas, mas sem encontrar os suspeitos. "O pelotão do BOE está fazendo uma varredura no terreno da mata, partiram da base em direção ao pico. É um trabalho de rescaldo para extinguir a possibilidade de que os indivíduos estejam no local. Acreditamos que pelo menos dois permaneçam escondidos na região", disse ao G1 o Capitão Reni Zdruikoski.

Cerca de 100 agentes trabalham na operação. A polícia mantém a região congelada, com bases fixas de operação e efetivo em viaturas fazendo rondas pela cidade. Barreiras também foram montadas nas estradas da região e helicópteros auxiliam na procura dos criminosos na mata. A operação começou na madrugada de domingo (30) depois que o grupo de pelo menos 10 homens invadiu a fábrica de joias e usou explosivos para abrir os cofres. Durante a fuga, três foram mortos pela Brigada Militar, incluindo Elisandro Falcão, líder da quadrilha e foragido número 1 do estado. O grupo fez sete pessoas de uma mesma família como reféns, além de mais duas mulheres. Os reféns relataram que foram mantidos na mata por dois assaltantes. Eles foram encontrados sem ferimentos no fim da noite de domingo, por volta das 23h30. Seis viaturas com reféns e policiais trouxeram os resgatados e foram aplaudidas pelos moradores do município de cerca de 4 mil habitantes.

O Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Pousada dos Carreiteiros foi preparado para receber os reféns em Cotiporã. Duas ambulâncias foram levadas ao local. Os reféns desceram das viaturas caminhando. "Agora eles vão se alimentar e rever os familiares", afirmou o capitão Juliano Amaral. Entre os reféns desaparecidos, havia duas jovens, de 21 e 23 anos, que estavam no bar em frente ao local do assalto e foram rendidas pelo grupo e levadas em um Astra ainda durante a madrugada. O veículo foi encontrado mais tarde pela polícia, na casa onde morava a família Buratti, de agricultores, que também foi feita refém - mais sete pessoas foram levadas. Na família, havia uma menina de 11 anos. Ao todo, eram seis mulheres, uma criança e dois homens. O número de reféns poderia ser maior se o tiroteio entre a polícia e os assaltantes não tivesse ocorrido. Ainda muito assustado, um dos reféns que foi liberado após a morte de três assaltantes relatou ao G1 os momentos de tensão vividos por volta das 2h. O homem, que pediu para não ser identificado, estava em um bar em frente à fábrica assaltada. "Eles pegaram os reféns e botaram atrás de uma caminhonete (Fiat Strada roubado pelos assaltantes). A dona do carro saiu dirigindo. Colocaram a caminhonete no meio dos dois veículos deles e saíram em direção a Bento Gonçalves, em fuga. Aí encontraram a barreira da polícia. Todo mundo ficou apavorado, eu não sabia o que fazer. Ficamos no meio dos tiros", conta o refém. "Achei que ia morrer, não tinha como se proteger." Durante o tiroteio três criminosos morreram e dois policiais militares foram baleados. "Depois que morreram os três assaltantes, ficou um que começou a negociar com a polícia. Ele foi embora depois de um tempo e deixou os reféns", detalha.
G1 Rio Grande do Sul
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