23 de nov. de 2012

O que você faria com uma impressora de dinheiro?


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Dia do seu aniversário. O porteiro interfona dizendo que chegou uma encomenda. Você desce e... Minha nossa! É uma caixa enorme. Ela vem com um bilhete: "Parabéns! Você acaba de ganhar uma impressora de dinheiro. Aproveite :) Assinado: Banco Central". O que você faria? Provavelmente o mesmo que qualquer pessoa sensata: fabricaria notas como se o mundo fosse acabar amanhã. Essa situação não é exatamente absurda. No mundo real, existem donos de impressoras de dinheiro. São os governantes de cada país. E, ao longo da história, vários deles tiveram ataques de "sensatez": fabricaram toneladas de notas e gastaram como se o mundo fosse acabar amanhã - fosse para pagar dívidas do Estado, fosse para fomentar o consumo (mais dinheiro saindo das impressoras = mais crédito fácil). Bom, a quantidade possível de dinheiro de papel pode até ser infinita. Mas tem uma coisa que não dura: a capacidade que as pessoas têm de produzir coisas que você pode comprar com o dinheiro. É fácil dobrar a quantidade de notas do dia para a noite. Difícil é produzir duas vezes mais carros, aviões e pastéis da noite para o dia. Não dá. E se tem o dobro de dinheiro para comprar o mesmo número de coisas, os preços sobem. Inflação.

Mesmo assim, a tendência frente as impressoras de grana é sempre o abuso. Então os próprios governos, ao longo da história recente, criaram métodos para frear a tentação de criar dinheiro demais. Leis anti-inflação, digamos assim. A mais célebre foi o padrão-ouro. Em 1816, o Parlamento britânico decidiu que deixar o governo imprimir dinheiro à vontade era amarrar cachorro com linguiça. A inflação estava crescendo. Era hora de dar um fim à palhaçada. Pronto: ficou fixado que uma libra valia 7,3 gramas de ouro. Se o governo quisesse imprimir um mihão de libras a mais, teria de arranjar 7,3 toneladas extras de ouro para deixar em seus cofres como lastro.
A Inglaterra era o país mais rico do mundo, então a moda foi pegando. Qualquer nação que adotasse o padrão-ouro teria automaticamente a mesma moeda dos ingleses. Desse jeito daria para estreitar os laços comerciais com eles, coisa que naquela época era fundamental para qualquer país. Tanto que, no final do século 19, EUA, Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Suíça, Suécia, Noruega e Finlândia já tinham adotado o padrão. A Alemanha continuava com seus marcos, a França, com seus francos, mas agora cada um desses dinheiros tinha seu valor fixado em ouro. Era como se todos operassem sob uma moeda única.
Na íntegra leia Superinteressante novembro/2012
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