3 de jul. de 2011

COLUNA DO CHIMARRÃO - Política

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Post p/ Chimarrão, em 03/07/2011
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Sinais de que o governo Dilma iniciou?

Um ministro de Lula comparou as atuações dos presidentes. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, Lula convocou um gabinete de crises, composto de Márcio Thomaz Bastos, Eduardo Campos, Aldo Rebelo, Ciro Gomes, José Múcio e José Alencar. O grupo se reunia todo dia, às 9 da manhã, analisava o noticiário e os problemas no Congresso e discutia os rumos a seguir. ―Aquelas reuniões foram fundamentais para enfrentar a maior crise do governo, quando havia até o risco de impeachment. A gente saía de lá com um discurso unificado e uma estratégia clara de ação‖, afirma o ex-ministro. Dilma não ouviu ninguém de fora do seu grupo. O ex-ministro José Dirceu,u do esquema do mensalão, mas reverenciado no PT, passou três dias em Brasília sem conseguir falar com Dilma. Voltou para São Paulo sem saber que Luiz Sérgio, seu afilhado político, fora rebaixado. O governo Dilma começou (Veja).

Político não pega cadeia

Em seis meses, o ministro Joaquim Barbosa, do STF, perdeu 9 quilos. Ele cortou as massas e aumentou a quantidade de verduras no prato – em mais uma tentativa de arrefecer as dores na coluna, problema de saúde que o persegue há anos. Aos 56 anos de idade, o ministro também carrega sobre os ombros a pesada responsabilidade de relatar o processo do mensalão – o maior escândalo de corrupção da história brasileira, que tanto pode levar para a cadeia figurões da política, o que seria um fato inédito, como também pode ajudar a consolidar o descrédito na Justiça, confirmando a máxima de que poderosos e prisão percorrem caminhos paralelos. Em entrevista a VEJA, Joaquim Barbosa, que deve assumir a presidência da Corte no fim do ano que vem, se diz formalmente impedido de comentar o caso do mensalão. Por outro lado, o ministro deixa clara a sua preocupação com as barreiras criadas pela própria legislação brasileira com o objetivo, segundo ele, de inviabilizar a punição de políticos corruptos.

Tentativa de sair da geladeira

Em fevereiro, o PDT não seguiu a orientação oficial na votação do salário mínimo. Desde então, foi rebaixado a aliado de segunda categoria do governo Dilma Rousseff. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda, tentou reverter esse quadro cooptando o cearense Ciro Gomes (PSB), que tem prestígio no Planalto. Ciro nem mesmo atendeu os telefonemas de Lupi. O ministro confiou, então, a tarefa ao deputado Paulinho da Força (SP). Com este, Ciro falou, mas para recusar o convite. A cúpula do PSB esforça-se, agora, para encontrar uma situação ainda mais confortável dentro do partido para o cacique cearense – e também para seu irmão, o governador Cid Gomes, e os demais integrantes da tribo.

De Dilma para Collor

Dilma Rousseff ensaiou sua veia política em recente almoço que ofereceu aos senadores do PTB. Respirou fundo e chegou até ao ponto de convidar Fernando Collor para representar o Brasil em algumas missões internacionais. Não especificou que tipo de compromisso estaria à altura de um ex-presidente como Collor. Deu, no entanto, o exemplo de Bill Clinton, que já fez esse papel diversas vezes desde que deixou a Presidência dos EUA. Comparação naturalmente indevida: Clinton saiu da Casa Branca pela porta da frente. Não é só José Sarney, pelo visto, que acha o impeachment "apenas um acidente na história do Brasil".

Coxas brancas

Quem conhece as entranhas do governo federal nota em Brasília certa ciumeira por causa da expansão do Paraná na administração Dilma Rousseff. Só ministros já são três: Paulo Bernardo, Gilberto Carvalho e agora Gleisi Hoffmann. Mas outros cargos relevantes têm ido para os paranaenses. Na última semana, o ex-governador Orlando Pessuti ganhou vaga no conselho de administração do BNDES. E olha que Dilma Rousseff apanhou de José Serra no Estado.

Veia exposta

Auditoria em fase de conclusão no TCU vai revelar que o Ministério da Saúde comprou muito mal vacinas contra a pandemia da Influenza para o SUS no ano passado. Além de pagar caro, boa parte do produto veio com prazo de validade muito curto. Aliás, fica aqui uma sugestão aos fiscais do tribunal: espiem os armazéns do ministério, em Brasília. Há quem jure existir lá milhões de caixas de Tamiflu quase vencendo. Compras estranhas como essas merecem investigações especiais, inclusive da polícia.

Ameaça a Vicentinho

Políticos ligados ao ex-governador do DF Joaquim Roriz afirmam que o pedido de cassação da deputada Jaqueline Roriz pode se tornar uma arma contra parlamentares da base de apoio do governo Dilma. Eles explicam que a decisão do Conselho de Ética abre um precedente à medida que não levou em conta o fato de Jaqueline não ser deputada à época em que foi filmada recebendo dinheiro de Caixa 2. O exemplo mais citado pelo grupo de Roriz é o do deputado Vicentinho (PT-SP), que recentemente foi apontado pela Polícia Federal como integrante do esquema do Mensalão petista. Na época, a exemplo de Jaqueline, Vicentinho não tinha mandato.

Fogo amigo

É possível afirmar, sem sustentação de pesquisas, que o delegado da Polícia Federal Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, é a autoridade mais confiável para os cariocas.Um respeito apoiado no sucesso das ocupações de favelas controladas, até então, pelos traficantes.Beltrame, nos últimos dias, tem atacado publicamente a falta de políticas sociais nas comunidades ocupadas, da responsabilidade do município.O disparo atinge o prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição. Por quê? (Carta Capital).

Ficha limpa. É mole?

Pode acreditar: o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda tem dito a antigos que pretende disputar um mandato de deputado federal em 2014. Filmado recebendo dinheiro do mensalão do DEM, Arruda deixou esse partido, foi preso por 61 dias e perdeu o mandato de governador em 2010, mas até hoje não foi denunciado pelo Ministério Público. Está convencido de que pode chegar às urnas na condição de ficha limpa. Ou seja, sem ter sido condenado pelos crimes que lhe são atribuídos.

Alho, cruzes e estacas

Apenas cinco laboratórios vendem remédios hemoderivados para o governo, que reserva 500 milhões de reais anuais para esses produtos. Com um rol tão pequeno de fornecedores, a União é vítima frequente de cartel e de máfias como a dos vampiros, que operou no Ministério da Saúde até a gestão Lula. Para escapar dessa armadilha, o ministério, primeiro, reduziu o volume de suas compras. Agora, um acordo firmado pelo ministro Alexandre Padilha com o Tribunal de Contas da União permite estender o prazo de contratação de vencedores de licitações por cinco anos. O período foi dilatado para que o governo possa usar o preço do vencedor das concorrências para buscar alternativas mais baratas no mercado.

Os elogios a FHC foram pensados

Recheada de elogios surpreendentes, a carta de Dilma Rousseff a Fernando Henrique Cardoso não foi um gesto improvisado após a queda de Antonio Palocci. O texto começou a ser discutido há um mês, quando Palocci exibia plena forma como principal conselheiro da presidente. O governo decidiu que Dilma não compareceria à festa de aniversário de FHC, mas que deveria fazer um gesto de simpatia. Vários dirigentes do PT ficaram chocados com o teor do documento. Acusam Dilma de misturar boa educação com comunhão política. Noutro sinal de que Planalto e partido nem sempre pensam do mesmo jeito, assessores do Palácio definiram a carta como - ideia genial.

A reforma que dá

Está costurado um acordo entre as bancadas governista e de oposição no Senado para a reforma político-eleitoral possível. Ficou acertado que haverá mais rigor no instituto da fidelidade partidária, o fim das coligações proporcionais entre partidos e a aprovação de duas emendas constitucionais para unificar todas as eleições, de vereador à Presidência da República, a partir de 2018. Para unificar as eleições, haverá o encurtamento de mandatos municipais com uma eleição-tampão. Como sempre, está tudo bonito no papel. Na vida real...

O pré-sal pode acabar em guerra de lama

Quem ficou escandalizado com a votação confusa do Código Florestal não perde por esperar. O debate sobre os royalties do pré-sal promete ser muito pior. O Planalto já detectou a montagem de uma rebelião contra o veto do presidente Lula ao artigo que prevê a divisão igualitária dos royalties do pré-sal. Avisada do risco, Dilma Rousseff pediu ajuda aos governadores de Sergipe, Marcelo Déda (PT), e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para negociar um acordo com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Para complicar, o deputado José Priante (PMDB-PA) registrou o pedido de criação de uma CPI para investigar desmandos na distribuição dos royalties da mineração, uma tentativa de alvejar o Ministério de Minas e Energia.

O ato falho de Marta

A Senadora Marta Suplicy surpreendeu participantes de uma reunião para discutir a campanha pela prefeitura de SP. Informada de que o Partido da República (PR), dono de preciosos minutos na televisão, só aceitará fazer aliança com o PT se ficar com a vaga de vice, Marta disse: “Mas eles já vão ganhar um Senador”. É uma referência ao vereador Antonio Carlos Rodrigues, companheiro de chapa de Marta na campanha para o Senado, que assume a vaga se ela voltar à cadeira de prefeita. Até agora, porém, o PT não definiu a candidatura – e a oposição interna a Marta é real. O ministro da Educação, Fernando Haddad, é candidato com o apoio de Lula.

Partido Pecador

Criado em 2005 por dirigentes da Igreja Universal, o Partido Republicano Brasileiro nasceu marcado pela fusão entre política e religião. Desde então, são frequentes as denúncias de uso irregular da máquina da igreja e de seus fiéis em campanhas eleitorais. Isso, porém, é um pecadilho, caso o advogado Leucir Schiavini, um dos fundadores do partido, esteja dizendo rigorosamente a verdade. Há pouco mais de dois meses, ele registrou em cartório e encaminhou aos dirigentes do PRB um documento no qual relata uma série de pecados que estariam sendo cometidos pelo comando do partido. Pecados capitais, que passam pela política de caixa dois, falsificação de documentos e até desvio de alimentos destinado a pessoas necessitadas.

Jurista de voo próprio

Ex-ministro a Justiça, o advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos tem dito a amigos que pretende realizar um velho sonho de décadas: comprar um jatinho. Com muitos processos nos tribunais superiores e conselheiro da presidente Dilma Rousseff em momentos de crise, Bastos faz viagens frequentes a Brasília, mas se sente pouco confortável em aviões de carreira. Questionado sobre suas intenções, o jurista confirma seus sonhos. Só faz uma ressalva: "Sou só advogado. Não tenho dinheiro para isso". Tá bom, então.

A troca de seis por meia dúzia no Senado

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros está em campanha para voltar à presidência da Casa em 2013. Há quatro anos, Renan foi obrigado a renunciar a esse cargo para escapar das consequências inevitáveis da revelação feita por VEJA de que uma empreiteira pagava as despesas de sua amante. No ano passado, cogitou disputar novamente o posto. Os amigos o desaconselharam, pois o escândalo ainda fervilhava. Agora, esses mesmos conselheiros acham que a musa do esquecimento já fez seu trabalho. O atual presidente do Senado, José Sarney endossa as pretensões do alagoano. Seria trocar seis por meia dúzia.

Reflita:

"A política serve a um momento no presente, mas uma equação é eterna."
(Albert Einstein)

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2 comentários:

  1. Esta história do Ivan Maia como provável candidato a prefeito esta dando o que falar. Mesmo que ele já tenha dito que não é de sua aspiração, o rapaz vem sofrendo forte assédio. Os comentários neste blog me surpreendem, mas comprovam que Bom Retiro demanda de uma verdadeira transformação. Qualquer nome vira motivo de esperança.

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  2. Realmente, há muita esperança de mudança, já que a mudança prometida ficou só no palanque não acha?? Bom Retiro, depois de algumas décadas, volta a viver o marasmo e quando membros da própria situação no município dizem certas coisas, o que há de esperar a população a não ser com nova mudança??

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