2 de mar. de 2011

A duplicação da BR e seus efeitos positivos e negativos

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Post p/Chimarrão, em 02/03/2011
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Por esses dias passei pela BR-386, vindo da capital do Estado e percebi que as obras estão bastante aceleradas, somente sofrendo paralização em caso de chuva, o que está ocorrendo até com bastante freqüência. A movimentação na rodovia, especialmente pela parte da manhã dá bem a impressão da necessidade de se aumentar o quanto antes o escoamento mais rápido dos veículos, pois com esse sistema arcaico de pista, e impossível se chamar a BR de rodovia. Lembro que o jornalista Alexandre Garcia, quando em visita ao Vale do Taquari, quando entrevistado sobre a Rodovia BR-386, disse que não poderia defini-la como tal e sim como uma “estrada”, pois sua definição de rodovia é somente com várias pistas, como as auto-estradas.

Pois acessando o blog da Laura Peixoto, me deparei com várias fotos, onde apenas em legendas ela define o que entende sobre a obra que por ora está em andamento. Eu, quando passei pela rodovia 386, aproveitei, pois sempre carrego minha digital para qualquer emergência, para pegar alguns momentos em que as máquinas aos poucos iam rasgando a lateral esquerda da rodovia, sentido capital interior, onde será feita a segunda pista que irá culminar com a duplicação. Vi muita mata nativa derrubada, (e outro tanto ainda de pé) e muita lenha sendo dela feita e fiquei me questionando qual seria o fim daquela madeira nativa? Por certo o organismo ambiental que deu autorização para sua derrubada irá orientar para o destino final do que sobrou das outrora matas naturais.

É também verdade que as lideranças regionais, há anos sentindo o crescimento do vale e também percebendo que a rodovia BR-386 já não está mais dando condições aos motoristas em trafegar no trecho compreendido entre Tabai e Estrela, buscaram de todas as formas uma mobilização de forças para que o governo federal, a exemplo de estar contemplando outras regiões do país, também voltasse sua atenção para o Vale do Taquari e somente essa pressão tornou possível sensibilizar as autoridades para que o projeto de duplicação começasse a andar e em algum tempo ocorreu a assinatura da liberação da obra que felizmente está tendo um trabalho, dentro dos dias normais, com bastante celeridade e apesar dos problemas que tem causado ao trânsito, o que é natural nesse tipo de obra pública, poucos acidentes ocorreram em função dos trabalhos e mais se deu pelo descumprimento pelos motoristas, da sinalização mostrando que um lado da rodovia se transformou em um canteiro de obras.

A questão dos pontos positivos e negativos foi debatida exaustivamente, mas para que ocorra a duplicação, uma obra de milhões, não restava alternativa que não fosse a derrubada para dar lugar a nova pista. Os ambientalistas manifestam-se contrários a muitas obras, como é o caso da Usina de Belo Monte, como foi com o túnel feito na Free Way, entre tantas obras no solo gaúcho, como de resto protestam contra a agressão ambiental no mundo. Mas no caso da BR-386, não resta duvida que algumas perdas da cobertura natural seriam irreversíveis, como está efetivamente ocorrendo. Também o trevo de acesso ao município de Bom Retiro do Sul, infelizmente, está bem no caminho da linha traçada para a segunda pista e certamente deverá desaparecer, assim como a mata nativa abaixo desse em direção a Estrela. Outro ponto muito discutido é a aldeia indígena que se localiza ao lado da rodovia e que igualmente deverá ser atingido ou ficar bem perto da linha de duplicação. Quanto a tudo isso, como muito bem colocou a Laura em seu blog, ninguém e contra, afinal de contas é uma obra necessária a se acelerar o escoamento de veículos que está um problema na parte não duplicada, mas que dói, dói.

http://lauramertenpeixoto.blogspot.com - colaborou com foto/legendas
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