Post p/ Gilmar da Silva, em 22/11/2010
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Os problemas dos aeroportos brasileiros vieram à tona quando milhões de pessoas passaram a ascender à classe C e usufruírem destas estruturas, na última década. Em 1990, 15 milhões de passageiros haviam embarcado para viagens domésticas. Em 2009, este número chegou a 60 milhões, uma aceleração de 17% sobre o ano passado, e deve chegar a 70 milhões neste ano. Alguns aeroportos que são considerados gargalos correm maiores riscos de entrarem em colapso durante o evento. Guarulhos hoje transporta 23 milhões de pessoas por ano, o que significa 25%
além de sua capacidade. Durante a Copa, a previsão é que este número chegue a 29 milhões. Situação semelhante se encontra o aeroporto de Congonhas, cuja capacidade está ultrapassada em 22% e igualmente não recebe
melhorias. Um agravante é a falta de estrutura rodoviária e ferroviária. A necessidade de reformas, no entender de Respício Espírito Santo Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo, começa nos níveis de serviços nos aeroportos. “Os banheiros dos aeroportos do Brasil são péssimos, não há estacionamento para receber grande número de passageiros, a sinalização interna é muito fraca e temos filas intermináveis nos balcões de check-in”, apontou. As qualificações que recomenda passam por implementação de novas tecnologia nos pontos de contato com os clientes, como baggage holding e sistemas de biometria no controle de check-in e imigração. “Temos que exigir essas melhorias não apenas para a Copa, mas para o uso dos brasileiros”.
Para Infraero, desafio é fazer planos se tornarem realidade
As autoridades de aviação do governo federal concordam que há muito a ser feito nos aeroportos, mas afirmam que estão agindo, e as obras só não andam mais rápido por que existe dificuldade de transformar o planejamento em obras. Durante o Festival de Gramado, o superintendente do Aeroporto Internacional Salgado Filho, Jorge Herdina, da Infraero, afirmou que em Porto Alegre vêm sendo adotadas medidas para solucionar as questões do dia a dia, como a segurança e os congestionamentos na entrada do terminal. Mencionou a renovação dos sistemas internos de segurança, o aumento dos balcões de check-in, que mais do que dobraram, e a presença de fiscais de trânsito no local. No entanto, aponta dificuldades para colocar em prática reformas estruturais e de grande porte devido à burocracia e a opiniões divergentes entre especialistas. “Planejamento tem, o difícil é a execução. É preciso constante desenvolvimento e mobilização política para que as melhorias sejam executadas”, disse. Herdina ressaltou a reabertura prevista do Terminal 2 do Salgado Filho, que terá capacidade para receber até 1,5 milhão de pass
ageiros por ano - um aumento de 15% sobre a atual capacidade, e a adição de dois novos canais de inspeção, que ampliará a capacidade de entrada e saída de clientes no aeroporto. Ele disse que agora todas as esferas estão falando a mesma língua, por isso as obras vão sair. Também chamou a atenção para a licitação já aberta para ampliar a logística de cargas, em que serão investidos R$ 93 milhões. Por fim, anunciou que está marcada uma audiência com moradores ao redor do Aeroporto para tratar da desapropriação de suas casas, com vistas à ampliação da pista.
Anac teme crise aérea e convoca reunião urgente
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) convocou uma reunião, em regime de urgência, com os presidentes das principais companhias aéreas, além de representantes da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Polícia Federal, Receita Federal e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). A agência está preocupada com o risco de problemas nos aeroportos em dezembro, durante as festas de fim de ano. O risco vem da combinação de três fatores: a afluência em massa de passageiros estreantes; a venda de passagens além da capacidade das companhias, e o despreparo dos aeroportos em receber usuários que desconhecem os procedimentos de embarque. A prática de venda de passagens para voos extras ainda não autorizados está preocupando a diretoria da Anac (Jornal do Comércio).
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