ESTRELA
Ele
falou sobre viagem de três anos pelo mundo e a proposta de uma escola com novos
conceitos de organização
As experiências de uma
viagem de três anos pelo mundo e a proposta de uma escola alternativa no
Brasil, baseada numa metodologia de ensino diferente, foram temas da palestra
de Thiago Berto aos professores da rede municipal de ensino de Estrela na noite
de segunda-feira (20), na Soges. Promovida pela Secretaria Municipal de
Educação (Smed), reuniu profissionais da Educação Infantil, do Ensino
Fundamental e dos projetos esportivos da Secretaria de Esportes e Lazer. Berto
propõe um novo processo de aprendizagem. “Minha perspectiva é de que todas as
crianças são pequenos mestres porque estão prontas para expressar suas
potencialidades, mas hoje são tolhidas”, afirmou.
As visitas a 30 escolas
alternativas, durante sua jornada, resultaram no projeto da Cidade Escola Ayni
– Educação e Sustentabilidade. A proposta consiste em uma nova pedagogia,
contato com novos conceitos de organização social e econômica que, conforme Berto,
expandem os propósitos de sua existência. Nela, o adulto passa a ser um
guardião, que fala “na altura das crianças” e onde os educadores vão mostrar
limites, carinho e respeito. Segundo ele, as três principais matérias. Um local
sem salas de aula, sem divisão de turmas, sem provas, sem competição e com a
liberdade de o aluno escolher o que aprender. Para Thiago, que viu estas
experiências em sua viagem, é possível realizar um projeto educacional nesta
forma, e em Guaporé, sua cidade natal, ele se tornará realidade.
Thiago iniciou sua
viagem aos 30 anos, em 2011, e morou seis meses no Butão, onde fez trabalhos
voluntários. Esteve também na Islândia e no Vietnã, país que percorreu, pela
costa, numa viagem de 16 dias. Depois foi ao Peru, onde contou ter conhecido
uma escola diferente, “que ensinava valores, ética e usava a pedagogia do
abraço”. Fez também o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha,
percorrendo mais de 800 quilômetros a pé. Esteve ainda no Alaska, de onde
partiu visitando países da América até Montevidéu, no Uruguai. Ele lembra o que
o motivou a fazer estas viagens. “Me sentia um personagem, desconectado com
minha essência. Não tem felicidade esperando a gente lá na frente. Temos que
encontrar o brilho de cada dia e vive-lo.”
A palestra fez parte do
projeto da Secretaria Municipal de Educação “Educação centrada na vida –
ninguém leva alguém onde nunca foi”. Na abertura, o secretário Marcelo Mallmann
destacou que a iniciativa da Smed propõe um novo processo de aprendizagem. “A
premissa do nosso projeto é que precisamos experimentar para promover o
processo ensino-aprendizagem”, afirmou.
Texto e foto:
Paulo Ricardo Schneider
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