Enquanto o mundo se solidariza com o heptacampeão Michael Schumacher — vítima de grave acidente de esqui nos Alpes da França no domingo —, médicos analisam as condições de saúde e projetam uma possível recuperação do alemão, que permanecia em coma induzido até a tarde desta segunda-feira.
Em entrevista ao SporTV, o diretor médico do GP do Brasil, Dino Altmann, disse que a lesão de Schumi é mais grave do que a sofrida por Felipe Massa
em 2009 — quando a mola de um carro atingiu o capacete do brasileiro.
Segundo ele, no caso de Massa a área do cérebro atingida era de maior
resistência óssea:
— O trauma do Felipe, embora grave, foi bem mais leve que o do
Schumacher. Mesmo sem saber exatamente a gravidade da lesão, a gente
sabe que o Schumacher estava em estado agitado e não respondia a
perguntas de jeito nenhum. Isso já mostra que foi um trauma bastante
severo.
Apesar de destacar que o fato de Schumacher ter passado por apenas
uma cirurgia ser positivo, visto que indicaria estabilidade da pressão
craniana, Altmann alerta para o risco de uma lesão por falta de
oxigenação adequada no cérebro. E, diante do impacto, admitiu o risco de
sequelas.
Já o médico-chefe da F-1 entre 2005 e 2012, o americano Gary Hartstein,
escreveu em seu blog uma análise do estado de saúde de Schumacher. Ele
disse que a coletiva de imprensa da equipe médica que atende o alemão
foi “reconfortante” e destacou a importância de o induzirem ao coma e
terem reduzido sua temperatura corporal para otimizar o estado
metabólico do cérebro.
Hartstein observou, no entanto, que as “lesões bilaterais” reveladas
pelos médicos indicam que o cérebro do heptacampeão foi ferido em ambos
os hemisférios, o que pode resultar em sequelas. Um diagnóstico mais
preciso, no entanto, dependerá de Schumi sair do coma induzido.
— Quanto mais tempo o paciente estiver em coma, menos provável que
ele tenha uma recuperação completa. Uma lesão bilateral é muito séria e
pode ser muito perigosa — destacou Christopher Chandler, médico do London Neurosurgery Partnership, de Londres.
Especialistas alertam que o risco de morte precoce em casos de traumatismo craniano grave
são de 40% a 45%. E o risco de escapar sem sequelas é raro. Os
principais riscos são, segundo os médicos, distúrbios cognitivos
(mudanças de comportamento, irritabilidade, lentidão, memória
prejudicada e atenção) e, mais raramente, distúrbios de movimento
(paralisia, perda de equilíbrio) e convulsões.
clicRBS
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