Jean Carlos Kittlaus, oito anos, tem uma doença que não lhe permite respirar sem ajuda de aparelhos
Foto:
Allan Fonseca / Divulgação -Fernando Goettems -fernando.goettems@zerohora.com.br
A ala pediátrica da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital
de Caridade de Ijuí (HCI) teve sua rotina alterada na tarde deste
sábado. O encontro de um garoto com um de seus ídolos marcou o dia no
hospital. Jean Carlos Kittlaus, oito anos, que por conseguir respirar
apenas com a ajuda de aparelhos vive na UTI da instituição desde que
nasceu, recebeu a visita de Maurício de Sousa, criador da Turma da
Mônica.
O encontro é um presente de aniversário adiantado para o garoto, que
completa nove anos no próximo dia 27. O evento também movimentou Ijuí: a
conversa entre o menino e o cartunista foi transmitida em tempo real
por um telão na Praça da República, no centro da cidade. Além disso, a
equipe da TV Globo produziu material para ser transmitido no programa
Domingão do Faustão.
No mês de junho, o aluno Jonas Fonseca, 11 anos, do grupo de
catequese da Igreja da Natividade entregou uma bíblia ilustrada para
Jean. Na ocasião, o garoto pediu um livro da Turma da Mônica. Na entrega
do novo presente, um pedido audacioso: conhecer o criador daquelas
histórias. Depois disso, a assessoria de imprensa do HCI contatou a
produção do programa, que intermediou o encontro.
- Estamos muito felizes por ele. Ele pediu esse encontro. Desde
bebezinho o Jean gosta da Turma da Mônica - revela a mãe do menino,
Eliane Zilke Kittlaus, 36 anos.
Às 17h, Maurício de Sousa entrou no quarto onde Jean mora. De
joelhos, o artista cumprimentou o garoto. O encontro durou cerca de 40
minutos.
- Você quer fazer uma pergunta? - disse o cartunista
- Por que a Mônica não vai no dentista? - rebateu o garoto.
A tarde ainda reservava outras surpresas ao garoto. Após alguns
minutos de visita, também entraram no quarto Mônica, Cebolinha, Cascão e
Magali. Jean ainda pôde ver, através de um televisor, o centro da
cidade lotado, gritando o seu nome. Depois do encontro, Maurício de
Sousa ainda foi até a Praça da República, conversou com o público e
concedeu autógrafos.
- Jean é um menino que merece todo o respeito. Ele tem uma opinião
firme. Deu pra ver também todo o sacrifício dessa mãe e o tratamento
excepcional que ele recebe - afirma Maurício de Sousa.
Uma vida na UTI
Jean foi diagnosticado nos primeiros meses de vida com Miopatia
Congênita, uma doença muscular que não lhe permite realizar o movimento
respiratório. A doença foi descoberta em Porto Alegre. Desde então, ele
vive na UTI pediátrica do Hospital, em Ijuí, com equipamentos de
respiração mecânica.
De acordo com a equipe médica do HCI, ele não pode andar, mas, com o
trabalho de fisioterapia, consegue movimentar os braços e até sentar
sozinho. Mesmo com uma traqueostomia (uma cânula introduzida na
traqueia, na região do pescoço) ele consegue conversar. Periodicamente, a
equipe de profissionais do Hospital leva Jean até a frente do prédio
para observar o movimento da rua e tirá-lo por alguns minutos do quarto
onde vive.
A rotina da família é adaptada para as necessidades dele. A mãe,
Elisa Zilke Kittlaus, percorre todos os dias cerca de 30 quilômetros,
que separam Ajuricaba, onde mora, a Ijuí. Passa as manhãs com seu filho.
No período da tarde trabalha na equipe de limpeza da 17ª Coordenadoria
Estadual de Saúde, que fica na mesma quadra do Hospital. Quem assume o
posto, então, é a irmã de Jean. No início da noite as duas voltam para a
cidade vizinha. No dia seguinte a rotina é retomada.
A internet é uma grande aliada do garoto. Através dela, ele assiste
aos vídeos da Turma da Mônica e consegue interagir com pessoas fora do
ambiente hospitalar. Ele também é alfabetizado, dentro da UTI, por uma
professora.
- O pessoal da UTI é a segunda família dele. Ele sabe quem está de
férias, quem foi passear. Ele é muito querido por todos os profissionais
- observa Angélica Martini Cembranel, coordenadora da UTI neonatal e
pediátrica do Hospital.
clicRBS
Que legal essa ação de Mauricio de Sousa e das pessoas que promoveram esse encontro. A gente nem imagina que pode existir perto da gente pessoas vivendo dessa maneira. A felicidade é algo tão relativo tem pessoas que tem tudo o que falta a esse menino e ainda assim não encontra motivos para ser feliz. Um abração meu amigo.
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