Café da manhã empresarial na Acil apresentou cenários
macroeconômicos e setoriais para 2014 em âmbito nacional e internacional. Projeção
de crescimento da economia mundial é de 3,7%, enquanto a brasileira deve ficar
em torno de 2%. Entre os destaques para a região está a perspectiva otimista nos
cenários de balas, chocolates e refrigerantes.
Lajeado – A
perspectiva econômica de crescimento em 2014 para os setores de balas,
chocolates e refrigerantes foi o destaque positivo do cenário regional exposto no
café da manhã empresarial da Associação Comercial e Industrial de Lajeado
(Acil). A nota não tão positiva é da projeção de crescimento de apenas 2% da
economia nacional diante dos 3,7% previstos para o cenário mundial. O evento,
realizado na manhã desta terça (10.12), foi promovido pela Acil de forma
conjunta com a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari
(CIC-VT) e Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Estado do Rio
Grande do Sul (Federasul).
A palestrante e economista Maria Andreia Nunes apresentou o tema “Cenários Macroeconômicos Setoriais”, seguido
de debate com as lideranças empresariais. O coordenador do departamento de Economia da Federasul,
Ricardo Maltz, abriu o evento, realizando reflexão sobre o cenário gaúcho e
lamentando o baixo crescimento de nossa economia quando comparada com outros
estados. “Devemos criar uma agenda positiva e deixar de lado tudo o que não é
sinérgico. Vamos dar as mãos para voltar a crescer”, convidou.
Setor primário
No cenário econômico doméstico, a economista
comenta que o consumo das famílias vem revelando alguma moderação, num contexto
de acomodação do mercado de trabalho e de menor confiança. Embora ainda na zona
de otimismo, a confiança de empresários e consumidores mostra-se instável e
abaixo do nível médio observado nos últimos anos.
No setor
primário, em 2013, os produtores agrícolas estiveram mais capitalizados e menos
endividados, refletindo a melhora nos preços. Por conta disso, espera-se
aumentos de produtividade (máquinas e insumos) e de produção nos próximos anos.
A perspectiva é de que tanto os preços, quanto o câmbio (em torno R$/US$ 2,30)
contribuam para dinamizar cada vez mais o setor e continuar impulsionando nossa
economia, prevê a palestrante.
No Rio Grande do Sul, a perspectiva para a
safra 2013/2014 é de aumento entre 1,1% e 3,3% para área plantada e entre 2,1%
e 3,9% para produção. Em termos de produtividade, a perspectiva é de incremento
de 0,9%. A
economista, no entanto, alerta de que “a necessidade de escoamento mais rápido
da produção e a capacidade limitada de armazenamento adequado colocam-se como
um obstáculo à expansão da produção. Isto se deve aos gargalos de
infraestrutura; exemplo disso é o péssimo estado da maioria de nossas
estradas.”
Bebidas e doces
Segundo
Andreia, o desempenho do setor de balas e chocolates seguirá estimulado pelas
condições do consumo interno. Os preços dos principais insumos do setor
recuaram em 2012, favorecendo as margens do produtor. Aliado a isso, o
crescimento da demanda interna estimulou a ampliação da produção em 3,1% neste
ano. O faturamento estimado para o complexo em 2014 deve registrar incremento
de 10,3%.
No
setor de bebidas, os eventos esportivos devem aumentar as vendas no país, no
próximo biênio. Mudança nos hábitos da população vem contribuindo para reduzir
as vendas de refrigerantes. Por outro lado, vem aumentando o consumo de sucos,
isotônicos e, em particular, água mineral. Desta maneira, o crescimento
previsto para 2014 é de 11,4%.
Debate
Após
a apresentação, houve interação entre a palestrante, Maltz e o empresariado
presente. O público mostrou-se irritado com os equívocos dos governantes
brasileiros em intervenções e planejamentos errôneos da economia. Foram citadas
a não redução dos gastos governamentais, excessiva burocracia e elevada
tributação como entraves ao desenvolvimento da competitividade do país no
cenário internacional, contribuindo, ao mesmo tempo, para a temida
desindustrialização da nossa economia.
A
palestrante finalizou comentando que, apesar das incertezas, o cenário
prospectivo para a economia brasileira continua favorável. Porém, mudanças na
política econômica precisam ser enfrentadas para que sejam garantidos avanços
nos fundamentos macroeconômicos
Assessoria
de Imprensa
Crédito: Rodrigo Gallas
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