A descoberta do fóssil
de um roedor de 160 milhões de anos na China, anunciada nesta semana na revista
Science, contribui para explicar como os pequenos mamíferos pré-históricos se
desenvolveram na era dos dinossauros.
O esqueleto quase
completo com cerca de 17 centímetros de comprimento corresponde ao mais antigo
dos mamíferos multituberculados, pequenos roedores que desapareceram há mais de
60 milhões de anos. Pertenceu a uma nova espécie, denominada Rugosodon
eurasiaticus, dotada de tornozelos flexíveis para escalar árvores e dentes
afiados capazes de morder tanto plantas quanto animais.
Essas adaptações
ajudaram estes roedores ancestrais, similares a ratos, a se situar entre os
mamíferos mais longevos da História, segundo o estudo realizado por Chong-Xi
Yuan, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, em Pequim.
Originários do período
Jurássico, eles viveram cerca de 100 milhões de anos, na era dos dinossauros,
antes de os roedores modernos os sucederem.
Suas habilidades também
permitiram que evoluíssem e se diversificassem em uma série de mamíferos
escaladores de árvores e comedores de plantas que os sucederam, explicaram
cientistas da China e dos Estados Unidos.
– Alguns podiam saltar,
outros podiam cavar, outros subiam em árvores e muitos outros viveram no
subterrâneo – afirmou o co-autor da pesquisa, Zhe-Xi Luo, da Universidade de
Chicago.
– Os multituberculados
escaladores de árvores e os multituberculados saltadores tinham os ossos dos
tornozelos mais interessantes, capazes de uma "hiper-rotação reversa"
das patas posteriores – emendou, o que significa que as articulações dos tornozelos
giravam sobre si próprias.
O último fóssil foi
encontrado na Formação Jurássica Tiaojishan, no leste da China.
Seu nome vem da palavra
latina "rugosus", de rugas, e "odon", de dente, por causa
da sua acidentada superfície molar, e "eurasiaticus" pelo vasto território
que ocupava.
Luo disse que o fóssil
é semelhante àqueles encontrados em Portugal, o que sugere que seus parentes
eram encontrados amplamente em todo o continente Eurasiático.
Acreditava-se que a
criatura tivesse massa corporal entre 65 e 80 gramas.
Os cientistas disseram
que as adaptações dentárias e no tornozelo provavelmente evoluíram muito
precocemente na existência das criaturas, ajudando-as a se tornar tão longevo
como grupo.
Zero Hora
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