O preço da banda larga
móvel no Brasil vem crescendo nos últimos anos e se tornou o mais caro da
América Latina, em um movimento contrário à tendência de queda nos preços
observada na região, apontou uma pesquisa da GSMA (associação internacional das
companhias de telecomunicações).
Segundo o estudo
"Banda Larga móvel e a base da pirâmide na América Latina", 149
milhões de pessoas com renda apertada poderão ser conectadas por meio da web
móvel, devido à queda nos preços de acessos na região.
A pedido da GSMA, a
Telecom Advisory Services comparou os preços dos pacotes mais econômicos de
internet móvel para modems e celulares em 16 países da América Latina. Ao
tabular a evolução dos valores ao longo de 2010 e 2013, os pesquisadores
constataram que a região presenciou uma queda na média dos preços cobrados
pelos pacotes.
Porém, na contramão da
tendência nos países latinos, os preços cobrados no Brasil não só cresceram
como fizeram do país o mais caro em duas das três categorias de serviço
analisadas.
Custando em torno de
US$ 32 (R$ 73,80) mais do que o dobro da média na região, de US$ 15,60 (R$ 36),
os planos para modems com franquia de pelo menos 1 Gigabyte (GB) são os mais
caros da região. O país também é campeão de preço em pacotes de banda larga
para celulares com franquia de pelo menos 1 GB, com preços de US$ 24,70 (R$
57), enquanto a média na região é de US$ 14,44 (R$ 33,20).
Em ambas as categorias,
o país não estava nem perto de ser o mais caro na região em 2010, quando o
preço da banda larga para modems no Brasil era apenas o oitavo mais caro e,
para smartphones, chegava a ser o quarto mais barato.
Desde então, os preços
para modens caíram 25% entre os latinos, enquanto no Brasil dispararam 66%. Já
os valores dos pacotes para smartphones despencaram quase 60% na região,
enquanto os serviços no Brasil ficaram 28% mais caros.
Competitividade
A única categoria
analisada em que os preços do Brasil não são os mais caros é a banda larga para
smartphones com franquias de ao menos 250 MB (Megabytes). No país, a média é de
US$ 5,90 (R$ 13,60). Nesse segmento, os pacotes no mercado doméstico caíram além
do índice registrado entre os latinos. Os preços de 2013 são 30% do cobrado em
2010, enquanto a média na região é de preços em torno de 48% do cobrado há três
anos.
Segundo a pesquisa, o
acréscimo de competitividade na região foi o fator que derrubou os preços.
Citam como exemplo a Costa Rica, onde pacotes de banda larga para smartphones
de 1 GB custavam US$ 20,34 (R$ 46,90) em 2010, quando o país possuía apenas uma
operadora. Caíram para US$ 13,56 (R$ 31,25) em 2011, com a entrada de duas
empresas. E, com a disputa entre elas pelo mercado, despencaram para US$ 7,94
(R$ 18,30), em 2012, e para US$ 5,05 (R$ 11,65), em 2013, o mais baixo da
região.
Paradoxalmente, o
estudo aponta o Brasil como um país onde a competitividade é alta. Segundo Raul
Katz, responsável pelo estudo, a explicação é que os planos de 1 GB aumentam a
pressão na rede móvel, que já está estressada pelo explosivo crescimento da
conectividade no Brasil. Em junho, a banda larga móvel chegou a 74,1 milhões de
acessos, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
G1 Tecnologia e Games
Nenhum comentário:
Postar um comentário