6 de mar. de 2011

Corte no "Minha Casa" irá acomodar despesas de Lula

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Post p/Chimarrão, em 06/03/2011
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Para atingir meta de construção de casas, governo anterior turbinou programa edeixou gastos de R$ 9,5 bi para Dilma

O corte anunciado no programa Minha Casa, Minha Vida servirá para acomodar no primeiro Orçamento da presidente Dilma Rousseff despesas contratadas no final do governo Lula. Lançado em 2009, o programa se tornou a principal vitrine de campanha à sucessão presidencial. Para engrossar as estatísticas de fim de gestão e conseguir atingir 1 milhão de moradias populares contratadas para construção, o governo Lula teve que turbinar a linha do programa que depende 100% de dinheiro público. É o caso dos imóveis para famílias com renda de até R$ 1.395 (valor equivalente a três salários mínimos da época da criação do programa).

O ex-presidente prometeu construir 400 mil unidades nessa faixa salarial. Fechou o governo com projetos contratados que somam 482,7 mil imóveis, 20% a mais. Resultado: a conta do programa herdada por Dilma foi de R$ 9,5 bilhões. Somente no primeiro mês de governo, o programa consumiu R$ 1,1 bilhão, quase 70% de todo o desembolso do ano passado. Segundo a Folha apurou, a estratégia de reforçar as contratações das unidades bancadas com recursos orçamentários foi adotada para compensar as demais linhas do programa - que dependem do interesse dos trabalhadores se endividarem - e não atingiram as metas.

O governo planejava construir 400 mil unidades para famílias com renda de R$ 1.395 a R$ 2.790 (seis salários mínimos), mas conseguiu 93% disso: 373,3 mil. Na faixa salarial de R$ 2.790 a R$ 4.650 (dez salários mínimos), o desempenho foi pior: 74,5% do planejado (149 mil unidades). Com a conta para quitar da gestão passada, internamente, a equipe de Dilma já havia empurrado para o segundo semestre deste ano as contratações da nova etapa do programa, o "Minha Casa, 2". Para isso, contava em seu favor com o fato de o Congresso Nacional ainda não ter aprovado o projeto de lei regulamentando essa segunda versão do "Minha Casa".

Por Sheila D’Amorimde Brasília

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