4 de dez. de 2009

Efeitos colaterais

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Postado por Gilmar da Silva, em 04, 12, 2009
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Arnaldo Faria de Sá é o Paulo Paim na Câmara. Assim como o Senador petista, o deputado do PTB integra a base governista, mas não vê problemas em constranger o Planalto. Seu relatório favorável à extinção do fator previdenciário pode ir a plenário em meio às negociações do reajuste dos aposentados. O governo já tem a estratégia para sepultar ambas as propostas: editar uma Medida Provisória (MP), que está sendo gestada pelo presidente Lula.

O problema é que os aposentados não dão trégua. Dormem nos corredores do Congresso e a qualquer movimento governista tendem a gerar um desgaste eleitoral. Lula quer socializar esses prejuízos e dividir com os líderes aliados a responsabilidade pela aprovação da MP que deverá garantir somente 6,3% de reajuste nos benefícios. A proposta não satisfaz os aposentados, mas não há alternativa diante da ameaça de uma sangria ainda maior nas contas da Previdência. Para sepultar as iniciativas do Senador, o governo conta com a ajuda do PSDB, preocupado em caso de uma eventual vitória na eleição presidencial em 2010. Trata-se de uma inusitada aliança entre adversários políticos, calçada no bom senso. Paim e Arnaldo estão bem cotados juntos aos aposentados. Em contrapartida, são personae non gratae no governo, principalmente junto à equipe econômica.

É por causa deles que todo mundo está numa saia-justa por ter de votar contra os interesses de uma categoria numerosa, organizada e quase sempre esquecida. Essa preocupação também deixa contra a parede o ministro da Previdência, José Pimentel, candidato ao Senado pelo Ceará (Klécio Santos-ZH).
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